São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
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Olho na platéia; Cerco ao funcionalismo; Efeito cascata; Falta de opção; Diagnóstico federal; Evitando a fera; Prato frio; Insistindo no erro; Remoendo o passado; Franco atirador; Ruim de política; Tempestade à vista; Fuso maluco; Palanque para 98; Procura-se reza brava; Verbo parlamentar

Olho na platéia
Temer e Stephanes avaliam que seria um desgaste grande fazer uma reforma da Previdência apenas para o setor privado e deixar o público para depois. Decidiram usar as disposições transitórias para cortar privilégios.

Cerco ao funcionalismo
O relatório de Temer sobre a reforma da Previdência elimina já: aposentadoria especial de 30 anos (categorias passam a se aposentar aos 35 anos), acúmulo de salário com aposentadoria e contagem de tempo fictício.

Efeito cascata
Temer proporá também o fim da aposentadoria proporcional do funcionalismo, dando prazo de dois anos para quem tiver o direito. Isso deverá criar uma enxurrada de pedidos desse tipo.

Falta de opção
Temer não tem emenda com prazo de 10 anos no cargo para fixar valor de aposentadorias do funcionalismo. Proporá prazo de cinco anos. Hoje, juiz se aposenta fácil como desembargador.

Diagnóstico federal
Para Stephanes, cortando já privilégios do funcionalismo, "o prazo de dois anos para fixar um sistema público único e universal é boa solução". Acha que Estados e municípios estão no limite, mas terão que aguentar.

Evitando a fera
Líderes envolvidos na reforma da Previdência querem votar o relatório de Temer antes da convenção do PMDB, no dia 24. Acreditam que Paes pode complicar, usando o evento como palanque para bombardeios.

Prato frio
Sérgio Motta acha que Tasso foi precipitado ao chamar Sarney de "irresponsável" devido ao episódio da CPI dos bancos. O ministro também quer o fígado do ex-presidente, mas vai aguardar a hora certa para dar o troco. Insistindo no erro A agressão de Tasso a Sarney é a última prova da barbeiragem política de FHC. Tasso ficou 14 horas com FHC antes de atacar.

Remoendo o passado
Sarney estuda qual resposta dará a Tasso. Uma possível é a seguinte: sua irresponsabilidade é tão grande que ele chegou a brigar com Ulysses para tentar fazer de Tasso ministro da Fazenda.

Franco atirador
Gilberto Miranda quer convocar os Magalhães Pinto e Clarimundo Sant'Anna para acareação no Senado. Sabe ser difícil, mas é lenha na fogueira da CPI.

Ruim de política
FHC levou a pior na escolha dos presidentes de comissões na Câmara. Na de Agricultura, está um aliado de ACM. Zequinha Sarney pegou a de Orçamento e Delfim, a de Finanças. Jader Barbalho ficou com a de Economia.

Tempestade à vista
Governistas e oposicionistas acham que há um número grande de presidentes de comissões que podem infernizar a vida do Planalto. Prevêem chantagem de aliados. E ataques de um inimigo que se cristaliza: Sarney.

Fuso maluco
Serra cochilou ontem durante a execução do hino japonês, no jantar de homenagem que o imperador Akihito ofereceu a FHC. Mais cedo, FHC havia "pescado" no Eximbank, banco de investimentos do Japão.

Palanque para 98
De olho no Bandeirantes, Quércia quer usar o horário político do PMDB na TV para criticar o governo FHC. Dos cinco pré-candidatos em São Paulo, Goldman é o único ligado ao Planalto. O resto joga com Quércia.

Procura-se reza brava
Por onde passa, Fleury não tem feito sucesso. Foi motivo de piada ontem, ao visitar seu ex-vice, Aloysio Nunes, que preside a Comissão de Constituição e Justiça. Os deputados diziam a Aloysio: "Está começando mal, hein!".

Verbo parlamentar
O advogado e empresário Said Farhat, que foi secretário de Comunicação Social de Figueiredo, lança no dia 25, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, o livro "Dicionário Parlamentar e Político", pela Melhoramentos. A obra traz 1.530 verbetes.

TIROTEIO
De Ivan Valente (PT-SP), sobre os elogios que FHC fez ao Congresso nos EUA depois de ter criticado o Legislativo no México:
- É o homem e as circunstâncias da imagem. No norte, ele quer aparecer como um estadista democrático; no sul, fala como um Fujimori.

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