São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
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Justiça libera a implantação do PAS

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por 21 votos a 2, o Órgão Especial do TJ (Tribunal de Justiça) derrubou a liminar que impedia a implantação do PAS (Plano de Atendimento à Saúde) em São Paulo.
A liminar tinha sido concedida pelo presidente do TJ, Yussef Cahali, no dia 24 de janeiro, atendendo a pedido das entidades médicas que se opõem ao plano.
O PAS, que por enquanto está funcionando apenas em Pirituba/Perus (zona norte), prevê a transferência dos hospitais da prefeitura para o controle de cooperativas formadas por médicos e funcionários licenciados do serviço público municipal.
Para ser atendido nos hospitais do PAS, a pessoa precisa comprovar que mora em São Paulo, exceto nos casos de emergência.
O paciente recebe uma carteirinha, como acontece em um convênio médico.
A prefeitura repassa mensalmente às cooperativas R$ 10 por morador cadastrado na região. Um módulo com 100 mil moradores, por exemplo, equivale a uma receita mensal de R$ 1 milhão para as cooperativas.
Com esse dinheiro, os cooperados têm de manter os hospitais, contratar serviços de terceiros e comprar remédios. O que sobrar é rateado entre os cooperados.
Com a decisão do TJ, a prefeitura pode implantar o PAS em todas as regiões da cidade imediatamente.
A prefeitura ainda não adiantou se a adoção do plano em toda a cidade vai ocorrer logo.
O Sindicato dos Médicos, a Federação Nacional dos Médicos e a Associação Paulista de Medicina -entidades que entraram na Justiça contra o PAS- devem recorrer da decisão do TJ.
As entidades médicas alegam, entre outras coisas, que não houve licitação para escolher a cooperativa que assumiu o controle da rede pública em Pirituba/Perus. Para as entidades médicas, o PAS contraria a Constituição Federal ao repassar ao setor privado a responsabilidade de prestar serviços de saúde.
No recurso julgado ontem, a prefeitura sustenta que a Constituição estabelece preferência pelas entidades filantrópicas na colaboração com o sistema público de saúde, mas não exclui o setor privado.

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