São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996
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Cúpula é vaga sobre ações antiterror

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Líderes de 27 países reunidos ontem no Egito aprovaram uma condenação unânime ao terrorismo e manifestaram seu apoio ao processo de paz no Oriente Médio.
Os participantes da cúpula no balneário de Sharm el-Sheikh, entretanto, não definiram estratégias concretas de combate ao terror.
O documento final, devido à pressão dos países árabes, não faz nenhuma referência direta ao Irã, Estado considerado por Israel e pelos EUA como o principal patrocinador de atividades terroristas.
A ausência da Síria foi atenuada pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, que disse acreditar que o país também deseja a paz com Israel.
Após a reunião, Clinton foi para Israel. Hoje ele participa de uma reunião do gabinete israelense e visita o túmulo do premiê Yitzhak Rabin, assassinado ano passado.
O texto final acabou refletindo a oposição dos países árabes a uma condenação do terror islâmico, definindo o terrorismo como uma prática "contra os conceitos morais de todos os povos da região".
Bloqueio
Apesar de chamar a atenção para as "necessidades econômicas dos palestinos", o documento não determina o fim do bloqueio na Cisjordânia e em Gaza, o que também desagradou os árabes.
A medida foi imposta por Israel depois do início da onda de ataques terroristas do Hamas, que deixou 64 mortos desde 25 de fevereiro.
A demonstração de apoio internacional no encontro foi uma grande vitória do primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, e do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.
Peres, que disse estar satisfeito com os resultados da reunião, enfrenta eleições em 29 de maio, com sua popularidade caindo por causa de ataques terroristas. Arafat também precisa de apoio para continuar as operações de combate ao terror nos territórios palestinos.

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