São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Escocês mata 16 alunos e professora
OTÁVIO DIAS
Segundo informações disponíveis no início da noite de ontem, mais 13 alunos e três adultos teriam ficado feridos. Após o massacre, o atirador suicidou-se. Armado com quatro revólveres, Thomas Hamilton, 43, um ex-líder escoteiro, entrou pela porta principal da escola, onde cerca de 720 crianças estudam, por volta das 9h30 de ontem (6h30 em Brasília). Após cruzar o hall de entrada e a sala de refeições do colégio, dirigiu-se ao ginásio de esportes e começou a disparar contra 29 crianças que faziam aula de ginástica. O assassinato em massa, que durou menos de três minutos, deixou um saldo de 15 crianças e uma professora mortas de imediato e mais uma criança fatalmente ferida, que morreu pouco depois. O atendimento aos feridos começou na própria escola. Em seguida, eles foram transportados em helicóptero e ambulâncias para hospitais locais e de cidades vizinhas. Ao ouvir os tiros, mas sem saber o que estava acontecendo, crianças e professores esconderam-se em baixo de mesas e cadeiras. Em entrevista na tarde de ontem, o chefe da polícia local, William Wilson, confirmou que o assassino era Thomas Hamilton, morador da cidade vizinha de Stirling. A polícia, no entanto, afirmou não saber o motivo do atentado. Instabilidade Há cinco dias, Hamilton, ex-líder da Associação de Escoteiros de Stirling, teria enviado carta à rainha Elizabeth 2ª acusando a liga de tentar destruir sua reputação. Após ocupar a liderança da associação, entre 1973 e 1974, ele foi expulso sob acusação de instabilidade emocional e comportamento impróprio. Há informações de que ele teria o hábito de fotografar meninos seminus. Desde que foi expulso da associação, Hamilton dirigiu uma série de clubes recreativos, não-afiliados a nenhuma organização em particular, e organizava viagens de aventura para jovens na região. Segundo seus vizinhos e conhecidos, o assassino era um homem solitário, cujos hobbies eram fotografia e armas de fogo. Consternação A rainha Elizabeth 2ª afirmou "estar profundamente chocada pelas notícias estarrecedoras de Dunblane" e disse "compartilhar dos sentimentos de aflição e horror que tomaram conta do país". "É inacreditável que vidas tão jovens tenham sido eliminadas de maneira tão brutal. Meu coração está com os pais, as famílias e os professores daqueles que foram mortos e feridos", disse o primeiro-ministro do Reino Unido, John Major, no Egito. Até a noite de ontem, os nomes das crianças mortas não haviam sido divulgados. A professora assassinada chama-se Gwen Mayor. O massacre abriu discussão sobre segurança nas escolas e restrições à posse de armas. Texto Anterior: TCHETCHÊNIA; POLÔNIA; FRANÇA; COLÔMBIA Próximo Texto: "A situação é caótica" Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |