São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Interesses menores; Ferroada eterna; Bigode aprumado; Nem com uma flor; Faroeste caboclo; Ano eleitoral; A Febraban ficou mal; Contradição; O conquistador; Burocracia liberal; Agilidade a toda prova; Para quem acredita; Topete baixo; Topete alto; E se a moda pega?; Visita à Folha

Interesses menores
O maior problema de Sarney é não deixar escapar de seu controle a CPI dos bancos. No jantar com Marco Maciel, ficou claro que o senador avançou além do que queria: apenas um jogo de cena para dar uma lição em FHC.

Ferroada eterna
Na conversa com Marco Maciel ontem Sarney demonstrou que superou politicamente as críticas de FHC. Mas, pessoalmente, a mágoa ainda vai durar muito.

Bigode aprumado
Em 48 horas, FHC deu a Sarney o que ele tentou por dez anos: reconhecimento ao PMDB. Com direito a nota da direção do partido. Até o líder do governo Luiz Carlos Santos foi abraçá-lo.

Nem com uma flor
Na briga do governo com Sarney, quem saiu ganhando foi Roseana. O presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, considera o Maranhão um "modelo de gestão".

Faroeste caboclo
Para um especialista em pesquisas, Sarney ocupou o espaço da oposição de forma irreversível ao se contrapor a FHC. A eleição de outubro dará o norte decisivo para 98, mostrando se apenas o Real satisfaz os eleitores.

Ano eleitoral
FHC chega hoje e não desfaz as malas. Na sexta (22) embarca para São Paulo, onde passa o fim-de-semana. Na quinta (28) começa um périplo pelo Nordeste para a inauguração de açudes.

A Febraban ficou mal
Durou pouco a comemoração dos bancos com a possibilidade de limitar a três salários mínimos o teto das aposentadorias na área privada. Grupos de previdência privada estavam babando.

Contradição
O líder tucano José Aníbal (SP) critica a atitude da oposição na reforma da Previdência. "É inacreditável como a esquerda se agarra à defesa de privilégios que contribuem para inviabilizar a ação social do Estado", diz.

O conquistador
Explicação do governador Siqueira Campos (PPB-TO) a membros da comitiva de FHC no Japão por perguntar à princesa Sayako se ela se lembrava dele. "Acham que ela esqueceria nosso encontro no cerrado em 95?"

Burocracia liberal
O PFL agora tem um Conselho Consultivo Nacional, com o advogado Cláudio Lembo na presidência e o publicitário Mauro Salles na secretaria-geral.

Agilidade a toda prova
Finalmente o Orçamento de 96 voltou às mãos dos deputados. O relator Iberê Ferreira (PFL-RN) incluiu mais R$ 500 mi nas contas. A receita total subiu para R$ 313,2 bi. A novela deve acabar em abril, já perto do meio do ano.

Para quem acredita
Na ficção orçamentária para 96, os gastos com investimentos aumentaram de R$ 8,3 bi para R$ 9,8 bi depois das mexidas e remexidas do relator Iberê Ferreira.

Topete baixo
Mercadante está pessoalmente abatido com a difícil disputa contra Erundina. Aliados seus avaliam que ele foi rifado pela cúpula do PT. Para alguns caciques, é uma lição para diminuir o que chamam de "ar arrogante".

Topete alto
As quatro horas de conversa que mantiveram em Lisboa foram pouco para Itamar Franco e Sarney. Ontem, o embaixador ligou cedinho para prestar solidariedade ao presidente do Senado. As orelhas de FHC arderam.

E se a moda pega?
João Leite Neto, presidente da Cosesp, mandou sua assessoria dizer para todo mundo que está se dando umas férias. Afirma merecer o prêmio por ter feito o que é pago para fazer: ajustar as contas da estatal paulista.

Visita à Folha
O coronel Jorge Calvário dos Santos, professor da ESG (Escola Superior de Guerra), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do coronel Nelsimar Moura Vandelli e do engenheiro Darc Antonio da Luz Costa, membros da ESG, além de Severiano Bezzera Cabral Filho, coordenador do Programa China-Ásia-Pacífico, e de Williams da S. Gonçalves, professor da Universidade Federal Fluminense.

TIROTEIO
De José Genoino (PT-SP), criticando os liberais que defendem o socorro do BC aos banqueiros:
- Agora entendo o que é a tal mão invisível do mercado. Serve para pegar dinheiro do Proer.

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