São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Greenpeace realiza ato contra Angra 2

Contratos são assinados no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Um protesto da organização ambientalista internacional Greenpeace tumultuou ontem a solenidade de assinatura dos contratos para as montagens eletromecânicas dos equipamentos da usina nuclear de Angra 2.
Os contratos, no valor de R$ 196,84 milhões, marcam a retomada das obras da usina nuclear, que foram iniciadas há 20 anos e estavam praticamente paradas.
A militante do Greenpeace Cláudia Focking, 29, acorrentou-se a uma cadeira do auditório de Furnas Centrais Elétricas (Botafogo, zona sul do Rio), local da cerimônia, e acionou uma sirene durante cerca de 20 minutos.
Gás
O Greenpeace quer que a construção de Angra 2 seja abandonada e que em seu lugar sejam construídas usinas termelétricas convencionais, movidas a gás.
Angra 2 já consumiu US$ 5,8 bilhões e ainda vai precisar de US$ 1,2 bilhão, segundo cálculos de Furnas, para ser concluída até 1999. Furnas é a subsidiária da Eletrobrás que controla as usinas nucleares do país.
O ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, disse que a decisão de concluir a obra é um gesto de "respeito ao dinheiro público".
Para ele, seria um desrespeito abandonar a obra após gastar tanto dinheiro nela.
Brito disse que o Tesouro deverá cobrir a diferença entre o custo elevado da energia de Angra 2 e o seu preço de venda ao consumidor.
Angra 1
A usina de Angra 1 será desligada hoje para a troca de um terço (14 toneladas) do seu combustível (urânio enriquecido).
Segundo Furnas, a parada é programada, e a usina deverá voltar a operar "até o final de maio". Angra 1 foi inaugurada em 1985 e fornece cerca de 12% da energia elétrica consumida no Estado do Rio.

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