São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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'Gorda Jô' não quer voltar para spa

MALU GASPAR
ENVIADA ESPECIAL A SOROCABA

Joselina da Silva, a gorda Jô, 36, não quer mais voltar ao Spa Chácara Seis Irmãos, de onde saiu na quinta-feira passada.
Seus planos agora são reformar a casa onde está morando em Sorocaba (87 km a oeste de São Paulo) e montar uma confecção só para gordas.
"Agora que estou em casa, o negócio é trabalhar", disse Joselina. Ela diz que a grife terá o seu nome e que o lançamento da marca será no programa da Hebe, do SBT.
Os tecidos serão estampados e de cores vivas."As roupas para gordas são sempre azul-marinho, preta ou marrom."
A ex-manicure diz que mesmo fora do spa não sai do regime. Seu almoço ontem foi uma fatia de hambúrguer de frango. Todas as noites ela caminha. "Mas não ando muito, sou preguiçosa."
Ela diz que está pesando "entre 130 e 140 quilos." A última vez em que foi pesada, ainda no spa, em novembro do ano passado, estava com 146 quilos. Quando chegou ao spa, Jô pesava 406 kg.
O médico do spa, Hely Felisberto Carneiro, não acredita na ex-paciente. "Desafio a Jô a provar que está com menos de 180 quilos. Ela não estava cumprindo a dieta", diz Carneiro.
Segundo ele, Joselina teria saído com autorização do spa, para voltar segunda-feira. Na quarta à noite, ela teria telefonado para dizer que não voltaria mais.
"Liguei para avisar que não voltaria nesta semana, e fui avisada de que não seria mais aceita no spa", afirma Joselina.
Ela diz ter ficado mais tempo que o combinado porque queria comemorar seu aniversário, no próximo dia 19, com os amigos.
Além disso, Joselina diz que não voltou porque foi prestar um depoimento na delegacia, em defesa de uma enfermeira do spa que foi demitida por justa causa.
"Acusaram a enfermeira de me dar comida escondida, mas isso não aconteceu. Fui fazer justiça."
Segundo o médico, a enfermeira roubava coisas do spa, dava comida à noite para Jô e queria convencê-la a mudar de spa.
Redoma
Joselina diz que não vai para outro spa porque "não quer mais ser tratada como criança".
Para Carneiro, Joselina corre riscos sem tratamento médico."Ela é uma neurótica precisando de ajuda, e corre risco de vida. Se não se tratar, a Jô vai morrer", diz o médico.
Em Sorocaba, a "gorda Jô", como é chamada, distribui autógrafos quando sai. "Fico incomodada, pois sou igual a todos."

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