São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Presidente do Detran do Rio diz que foi atacado por encapuzado

Homem teria atirado em major da rua com escopeta

AURÉLIO GIMENEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Polícia Civil do Rio investiga um possível atentado contra o presidente do Detran do Rio, major José Maurício Rodrigues Garcia.
O incidente ocorreu no final da noite de anteontem, quando ele chegava a sua casa, em Oswaldo Cruz (zona norte). Garcia disse que um homem encapuzado fez dois disparos de escopeta, no instante em que ele descia carro, já estacionado na garagem de casa. Os tiros acertaram a placa e a lanterna traseira do veículo.
O homem teria descido de um Tempra azul e caminhado em direção à entrada da garagem, já fazendo os disparos. Um motorista, também encapuzado, manteve o carro ligado. Garcia revidou, disparando sua pistola 9 milímetros.
O autor dos tiros de escopeta retornou para o Tempra, que fugiu em alta velocidade. Pouco depois, segundo Garcia, um Logus cinza, com quatro pessoas, passou em frente à sua casa.
Em entrevista coletiva ontem à tarde, Garcia atribuiu o atentado a pessoas que estariam insatisfeitas "com o trabalho de moralização que está sendo executando no órgão". O "Diário Oficial" do Estado publicou ontem uma lista de 105 funcionários do Detran colocados à disposição.
Major do Exército, recentemente Garcia teria declarado que o traficante Ernaldo Medeiros, o "Uê", escondia-se em um apartamento de assessores de Leonel Brizola e que recebia proteção de policiais.
Extorsão
Os nove policiais militares suspeitos de extorquir traficantes continuarão na ativa até o término do Inquérito Policial Militar que investiga o caso, segundo declarou o secretário da Segurança Pública, general Nilton Cerqueira.
Cerqueira recebeu ontem pela manhã o laudo em que peritos da Unicamp comprovam os delitos dos policiais.
"Primeiro temos de comprovar os fatos e manter a integridade dos suspeitos", afirmou.
Cerqueira recebeu o relatório durante a solenidade de premiação de 32 PMs que se destacaram em suas unidades.
Na homenagem, o secretário deplorou os policiais que apresentam "desvio de conduta".
Segundo ele, se o envolvimento ficar comprovado, os policiais serão demitidos e responderão na Justiça. A Corregedoria da PM deverá se pronunciar somente na próxima semana.

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