São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Fio de cabelo poderá apontar responsável

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Secretário da Segurança de Minas Gerais, Santos Moreira, disse que na carta do suposto "Grupo Reação" foi encontrado um fio de cabelo que poderá apontar o responsável pelas mortes dos três adolescentes.
"Será feito exame de DNA para tentar se chegar ao responsável. Existe agora um crime e várias pistas são deixadas quando há um crime", disse Moreira.
O secretário considerou o crime "hediondo" e "inadmissível". Segundo ele, trata-se de atitude de "loucos ou psicopatas".
Santos Moreira disse que determinou que essa investigação seja prioridade de toda a polícia.
"Determinei prioridade total à Delegacia de Homicídios. Outros setores da Polícia Civil também estão empenhados e nossa central de inteligência também está agindo", disse.
Para o secretário, o crime "deve ter sido praticado por mais de duas pessoas".
Ele não fez nenhuma vinculação do "Grupo Reação" com a Polícia Civil nem da execução de ontem com os atentados a bomba do ano passado.
"Não posso falar de hipóteses. Tudo vai ser investigado. Se for gente da polícia, será exemplarmente punida. A carta atribui à Polícia Civil a autoria. Estamos trabalhando nessa hipótese e outras também", afirmou.
Outra hipótese levantada por ele é a de pessoas estarem se aproveitando da situação para envolver a polícia.
'Defasados' Moreira negou desconhecer insatisfação salarial dentro da polícia. Segundo ele, em 95 a Polícia Civil obteve reajuste diferenciado, totalizando 101%. Ele disse, no entanto, que os salários são "defasados" com o tempo. Mesmo assim, afirmou que o governo tem investido na Polícia Civil.
O secretário também não quis comentar se as mortes e o envolvimento da Polícia Civil por meio da carta poderiam ter sido promovidos por algum dos 112 policiais demitidos recentemente dos quadros da Polícia Civil. "Eles não são mais policiais. Eles sabem por que foram demitidos", disse.
Sobre as ameaças que recebeu, Moreira disse que não está preocupado. "Nada vai me demover do interesse público", disse.
(PP)

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