São Paulo, sábado, 16 de março de 1996 |
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Marketing descobre a terceira idade
FÁTIMA FERNANDES
Natura, Avon, Drogaria São Paulo, Pagu Turismo, Cremer, Multicanal e Sicplan, por exemplo, estão descobrindo que parte desse público tem dinheiro sim para gastar e, por isso, vale a pena atraí-lo com promoções ou ainda atendê-lo com produtos especiais. Pesquisas A linha de tratamento de pele Chronos da Natura já tem um produto específico para a terceira idade -chama-se Chronos terceira idade-, para ser usado pela mulher, sobretudo após a fase da menopausa. Só neste produto a empresa investe cerca de US$ 1 milhão por ano para desenvolver novas tecnologias para torná-lo mais eficaz. "A cliente da terceira idade é cada vez mais participante da vida. Por isso fazemos constantemente pesquisas para atendê-la bem", diz Marcelo Araujo, diretor. A linha Chronos da Natura, lançada em 1995, começa com produtos para serem usados a partir de 35 anos. Em toda ela, os investimentos em novas tecnologias somam US$ 3 milhões por ano. A Avon já tem duas linhas para atender o público "mais maduro" -a Renew e a Préage. A empresa prefere não identificar o produto com a idade. "Há peles que precisam de tratamento mais intenso independentemente da idade. Isso geralmente ocorre a partir dos 30 anos", diz Elisa Veloso, gerente de marketing. As linhas de tratamento de pele, de qualquer modo, diz ela, ganham peso entre os outros produtos da Avon e já participam com quase 40% das vendas. "Não há dúvida que a mulher mais madura está se cuidando mais." Desconto a aposentados A idéia de fazer barulho para atrair o público mais velho por ser este um potencial consumidor foi pioneira das drogarias. Em 1988, por exemplo, a Drogaria São Paulo passou a cadastrar os aposentados, pensionistas e maiores de 65 anos para conceder descontos -na época de 20% e, hoje, de 15%- na compra de remédios. Ronaldo José Neves de Carvalho, diretor-superintendente da Drogaria São Paulo, diz que os descontos dados a esses clientes -são 400 mil pessoas cadastradas- somam hoje US$ 1,35 milhão por mês. "Além disso, gastamos com campanhas." Assim como as empresas de cosméticos e as drogarias, as escolas de informática e as empresas de turismo se movimentam para atender o que elas chamam de mais novos consumidores. A Sicplan, especializada em cursos de informática, decidiu neste início de ano atender pedido de um grupo de pessoas com idades que variam de 50 anos a 72 anos e montar novas turmas. "Estamos dando descontos de 10% para os alunos de terceira idade", conta Vera Nilza Guedes de Almeida, sócia-proprietária. Hoje, a Sicplan tem 16 desses novos alunos. A partir de abril, deve reunir 32. "É incrível como esse pessoal tem ânimo para aprender." Turismo atrai Paulo Marcos Ragnole, diretor da Pagu Turismo Educacional, detectou o mesmo e por isso decidiu montar passeios educacionais também para pessoas mais velhas. A empresa só levava crianças para viagens de estudo. Agora, está reunindo grupos de terceira idade para passeios culturais. 'À demanda é muito grande." A próxima turma, conta ele, segue para Parati. Dois monitores -um especializado em biologia e outro em mergulho- vão acompanhar os "velhinhos". Próximo Texto: Aposentada adere à TV paga aos 81 Índice |
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