São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Governo autoriza liberação do preço do querosene para aviões

Fazenda quer extinguir controle sobre demais insumos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Fazenda deu início ontem, com o querosene de avião, ao processo de liberação dos preços dos combustíveis.
Segundo portaria publicada no "Diário Oficial" da União, o querosene de avião usado em vôos domésticos terá preços livres em todos os aeroportos do país, excetuando 12 municípios (entre eles, Brasília e Foz do Iguaçu).
Nessas localidades -que têm custo de frete maior-, as propostas de aumentos de preços deverão ser submetidas à aprovação prévia da Secretaria de Acompanhamento Econômico.
A Fazenda faz estudos para liberar, gradualmente, todos os preços de combustíveis. Esse processo poderá ser acelerado devido ao pacote de revitalização do Proálcool, em discussão dentro do governo federal.
Problemas em Brasília
Brasília manterá o frete do combustível subsidiado por causa de um atraso na entrada de operação do poliduto Paulínia (SP)-Brasília. A liberação nos vôos internacionais já vigora há um mês.
A razão do atraso -segundo o engenheiro da Petrobrás que chefia, em Goiânia (GO), as obras de implantação do poliduto, Lenin Daluce- é a entrega de cerca de mil válvulas e de quatro tubos do poliduto fora das especificações internacionais. "Uma situação inteiramente anormal para uma obra desse porte", admite Laduce.
A Petrobrás gastou R$ 380 milhões para construir o poliduto -R$ 5 milhões abaixo do que previa o orçamento original-, que abastecerá com derivado de petróleo a região Centro-Oeste, inclusive a capital federal.
"As válvulas não se encaixaram e os tubos estouraram ao serem submetidos aos testes de alta pressão", disse ele.
Daluce pretendia inaugurar o poliduto em março, mas foi obrigado a adiar as operações para julho. As válvulas, que seriam colocadas na entrada dos tanques de armazenamento em Brasília, não oferecerem a vedação necessária ao funcionamento do sistema.
O defeito nos tubos só foi detectado na fase de testes, depois de mais de um ano do início das obras, quando a Petrobrás passou a usar a pressão máxima de bombeamento com água, que é 25% superior à pressão de projeto.
Eles já foram trocados, mas os testes de alta pressão terão de ser refeitos, com grandes prejuízos para a Petrobrás.
O poliduto tem 970 quilômetros. Para construí-lo foram necessários 11,6 milhões de tubos, com 12 metros de comprimento cada um e 20 polegadas de diâmetro.

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