São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Banco Central muda minibanda cambial

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O BC (Banco Central) mudou, pela primeira vez no mês, a minibanda cambial. Com reajuste de 0,3%, o dólar passa agora a flutuar entre R$ 0,986 e R$ 0,991.
Na realidade, o BC se aproveitou da falta de dólares. A escassez empurrou as cotações para cima nos últimos dois dias.
Ontem, quando os exportadores entraram no mercado e as cotações começaram a cair, o BC fez o leilão e mudou a minibanda.
Foi um dia de maior oferta de dólares. Até as 18h30, os computadores dos bancos registraram um ingresso líquido de US$ 118 milhões.
Agora, o mercado espera por outra mexida na minibanda, no final do mês, também na faixa de 0,3%.
Foi um dia calmo no mercado financeiro. No over, o juro continuou operando perto do piso -mostrando que existe excesso de dinheiro no mercado. Na próxima semana, dizem os analistas, deve continuar perto do piso.
Nas Bolsas, que oscilaram ao longo do dia de uma queda de 0,4% a uma alta de 0,4%, o volume negociado foi pequeno.
A Bolsa paulista fechou em alta de 0,23%, movimentando magros R$ 193,649 milhões.
O destaque do dia ficou mesmo com os títulos da dívida externa brasileira. O C-Bond fechou cotado a US$ 0,5675.
Havia demanda de investidor estrangeiro. Demanda suficiente para que o C-Bond resistisse bravamente a uma nova elevação dos juros pagos nos títulos norte-americanos de 30 anos.
Novos indicadores mostraram uma economia mais aquecida e os juros dos títulos de 30 anos chegaram a bater em 6,75%.
A maior vítima foram os papéis argentinos. que oscilaram bastante -já fragilizados com a queda de outro integrante do governo ligado ao ministro Domingo Cavallo.
Segundo os analistas, alguns investidores estrangeiros trocaram suas posições de Argentina por Brasil. Outros decidiram refazer suas posições de Brasil, já que os preços são considerados atraentes.
A queda das últimas semanas foi suficiente para que a cotação do C-Bond embutisse as novas condições de temperatura e pressão -o que inclui tanto a crise interna, que eclodiu com duas derrotas seguidas do governo no Congresso, como a alta dos juros nos EUA.

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