São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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A Lusinha já pode dançar o seu vira-vira

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, com a vitória soberana, desenhada desde o início, da Lusinha sobre o até então bicho-papão Corinthians, ficam praticamente definidos os times que se classificam neste primeiro turmo do Paulistão.
Até hoje, a Lusinha divide a cabeceira vom o Palmeiras. Com toda justiça.
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O Botafogo, de Ribeirão Preto, que joga hoje contra o Palmeiras, está envolvido em um caso que ainda está em regime de apuração, mas que levanta muitas suspeitas.
Em primeiro lugar, é preciso ressalvar que não é o Botafogo, uma instituição do futebol interiorano, que está envolvido no caso, mas alguns dos seus diretores.
O clube inteiro, incluindo a sua torcida e os seus jogadores e funcionários, não pode pagar pela má conduta, se é que ela houve, do homem que ocupa a sua presidência.
Por outro lado, há indícios de que a apuração do "caso da fita" é a que mais longe foi na história do futebol brasileiro (até onde ela chegará, só a nossa imponderável Justiça poderá indicar).
Se houve suborno, é questionável a presença do Botafogo na principal divisão do futebol paulista. E, se é questionável a sua presença, como ficarão os pontos que disputou até esta altura do campeonato?
Os times que perderam pontos para o Botafogo certamente reclamarão eles de volta. Os que ganharam preferirão que não se toque neste vespeiro.
E quem não subiu por causa do Botafogo vai reivindicar o ressarcimento dos seus possíveis prejuízos.
Vem um caminhão de problemas por aí. A diretoria da federação, que tão bem trata o Botafogo, precisa começar a preparar as suas respostas claras e transparentes para o que vem por aí.
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São Pedro foi muito mais generoso com o Palmeiras do que supunha esta coluna, na quinta-feira passada.
O jogo contra o Rio Branco, no qual o Palmeiras ameaçava naufragar no charco do que deveria ser o gramado do Parque Antarctica, não foi suspenso -e, sim, anulado.
Um novo jogo foi marcado, para a próxima terça. A má notícia para o alviverde de Wanderley Luxemburgo é que a sua agenda fica superlotada nos próximos dez dias.
A boa notícia é que ele tem, agora, 90 minutos para tentar os três pontos contra o time de Americana.
Enquanto o Rio Branco não vem, que venha Ribeirão Preto. O Botafogo poderá ser uma boa oportunidade para Wanderley Luxemburgo diagnosticar o que anda ocorrendo com o seu time.
Para não dizer mais: o Palmeiras largou no campeonato pisando fundo no acelerador.
Nos últimos compromissos, parece que viveu mais do embalo da aceleração inicial, do que por força do motor da máquina.
Luxemburgo teve tempo suficiente, nas paradas de box, para checar toda a estrutura do seu bólido.
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Por falar em Wanderley Luxemburgo, muito boa a entrevista que ele deu ao Marco Aurelio Klein e ao Sérgio Audinino para o novo número da "Revista do Palmeiras".

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