São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Produção nacional é tema de debate

DA REPORTAGEM LOCAL

A cenógrafa Daniela Thomas, co-diretora de "Terra Estrangeira", e os cineastas Rogério Sganzerla e Guilherme de Almeida Prado participaram ontem de um debate sobre cinema brasileiro, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
O tema "Cinema Brasileiro: Quero ser Novo de Novo" incluiu questões sobre identidade nacional, renascimento do cinema brasileiro e a indicação de "O Quatrilho" para o Oscar.
Guilherme de Almeida Prado, diretor de "Perfume de Gardênia", destacou a sucessão de ciclos do cinema brasileiro e confessou: "Estou cansado de discutir os defeitos do cinema". O cineasta está preparando seu sétimo filme: "A Hora Mágica". Segundo Prado, o filme será sobre o som.
A qualidade da sonorização de "Terra Estrangeira" foi explicada por Daniela Thomas. "É o processo mais trabalhoso. Ocorre no final das produções, quando os recursos já faltam. Tivemos uma verba especial da Riofilme, e pudemos voltar a Portugal para dublagens. Setenta por cento do filme é dublado", disse Daniela.
Sganzerla lamentou a ausência do ator e diretor Anselmo Duarte, ganhador de um Oscar com "O Pagador de Promessas", que não pôde comparecer ao debate.
"Ele domina a técnica e tem a experiência do grande ator. Hoje faltam produções pretensiosas. Todo filme brasileiro caro é ruim."
Divulgado na Internet, o debate encerrou uma série promovida pela faculdade. Recebeu questões vindas, por exemplo, da empresa Intel Art, dos Estados Unidos.
Rogério Sganzerla, ocupado agora com a finalização de sua trilogia sobre Orson Welles, respondeu a questão: "Por que ainda não foi feito um grande filme sobre a Revolução de 64?"
"Adoraria fazer este filme. Existem arquivos fabulosos. Estou fazendo "Tudo é Brasil", que se passa durante o ano de 1942", disse Sganzerla.

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