São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Israel relaxa bloqueio na Cisjordânia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Israel anunciou ontem a suspensão da proibição de movimentação dentro da Cisjordânia.
A medida confinando os palestinos a suas cidades havia sido tomada depois de uma onda de ataques de radicais palestinos em Israel, que deixou 62 mortos entre 25 de fevereiro e 4 de março. A proibição para a entrada de palestinos vindos da faixa de Gaza e da Cisjordânia em Israel continua.
As medidas de segurança haviam causado reclamações por parte dos palestinos. O líder Iasser Arafat chegou a dizer que elas contrariavam os acordos de paz entre os israelenses e os palestinos, feitos em setembro de 1993.
Continua valendo o toque de recolher no campo de refugiados de Fauar e em Burka, locais de onde saíram os terroristas que executaram os últimos ataques.
A decisão de revogar a medida foi tomada em reunião entre chefes de segurança palestinos e israelenses em Ramallah (Cisjordânia).
O fechamento das regiões palestinas levou um simpósio da ONU em Paris sobre o futuro de Jerusalém, cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, a ficar totalmente esvaziado. Os palestinos partiriam do aeroporto de Israel.
Autoridades israelenses também não foram, como uma forma de boicote. Após a última onda de atentados, cresceu entre os israelenses o sentimento de que o leste de Jerusalém, de maioria palestina, deve continuar ocupado por Israel.
Vantagem de Peres
O primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, voltou a tomar vantagem, ainda que pequena, em relação ao líder da oposição (coalizão Likud-Tsomet-Guesher), Binyamin Netanyahu, em três pesquisas divulgadas ontem.
Segundo o Instituto Dakhaf, Peres teria 50% dos votos para as eleições gerais de 29 de maio, e Netanyahu, 47%. O premiê será eleito diretamente.
O direitista Netanyahu é contra fazer a paz com os palestinos.
Em pesquisa do Instituo Gallup, o premiê teria 44% dos votos, e o líder opositor, 41%. A terceira pesquisa dava vantagem de dois pontos percentuais para Peres.
Imediatamente após o assassinato do premiê Yitzhak Rabin, no dia 4 de novembro de 1995, Peres chegou a ter 22 pontos à frente de Netanyahu. A diferença caiu a 15 pontos antes da onda de atentados.
Depois dela, os candidatos chegaram a um empate técnico, com várias pesquisas indicando pequena vantagem para Netanyahu.

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