São Paulo, sábado, 16 de março de 1996
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Pequim faz ofensiva na mídia

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Além da mobilização no estreito de Taiwan, o governo da China deslancha uma ofensiva nos seus meios de comunicação.
Ontem, o governo de Pequim mostrou na TV cenas dos exercícios militares, e hoje sai um editorial conjunto em dois de seus principais jornais, prometendo que Taiwan nunca será independente.
As duas iniciativas são raras. Poucas vezes a TV chinesa mostrou imagens dos exercícios militares realizados pelo país no estreito de Taiwan. Mas ontem eles foram o maior destaque do principal noticiário, o das 19h (8h de Brasília).
O Diário do Povo, porta-voz do Partido Comunista, e o Diário do Exército de Libertação publicam hoje editorial conjunto.
Eles buscam mostrar que dirigentes partidários e militares estão unidos na estratégia de tentar intimidar a "ilha rebelde".
Na China, os comunistas detêm o monopólio dos meios de comunicação. Não admitem vozes discordantes de seu regime.
Os jornais, o rádio e a TV são usados pelo governo comunista de Pequim, basicamente, como mecanismos de propaganda política.
As imagens exibidas pela TV, que podem alcançar um público de até 800 milhões de telespectadores, buscam criar um clima de mobilização nacional diante da "ameaça separatista".
Os editoriais conjuntos, divulgados pela agência chinesa de notícias "Xinhua", em seu serviço internacional, parecem priorizar o público externo.
(JS)

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