São Paulo, sábado, 16 de março de 1996 |
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Duma 'revoga' a lei que extinguiu a URSS
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS A Duma (câmara de deputados da Rússia) aprovou uma resolução que declara nula a decisão de dezembro de 1991 do antigo Parlamento da URSS que decretava o fim da União Soviética.A medida, aprovada por 250 votos a 98, não tem efeito prático porque a Duma não tem poderes políticos para isso. A decisão foi aprovada graças à aliança entre os neocomunistas (majoritários na Duma) e os neofascistas, liderados por Vladimir Jirinovski. Os neocomunistas pregam a recriação da URSS com consentimento das outras repúblicas que faziam parte do antigo país. Ieltsin O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, disse que "não permitirá" a retomada da URSS. Ele chamou a decisão do Parlamento russo de "irresponsável". "É uma decisão escandalosa e perigosa, e ela demonstra que seus autores não pensam no interesse da Rússia e de seu povo." Ieltsin participou ativamente da dissolução da União Soviética. Ele, junto com os presidentes da Ucrânia e de Belarus, assinaram no dia 8 de dezembro de 1991 o acordo que determinou o fim da URSS e a criação da CEI (Comunidade de Estados Independentes). Dias depois, o tratado foi aprovado no Parlamento, extinguindo o cargo de presidente da União Soviética, ocupado então por Mikhail Gorbatchov. Gorbatchov Ontem, Gorbatchov condenou a medida e fez piada com ela. "Na verdade, isso significa que eu poderia reassumir o trabalho como presidente da União Soviética." Autoridades do governo e parlamentares de Estônia, Letônia e Lituânia, ex-repúblicas soviéticas junto ao mar Báltico, disseram estar "realmente preocupados" com a recente decisão da Duma. Estes países foram os primeiros a reivindicar independência da URSS no final dos anos 80. Eles rejeitaram fazer parte da CEI. O Parlamento também decidiu reconhecer a validade de um referendo de março de 1991, em que a maioria dos soviéticos votou a favor da manutenção do país. As decisões da Duma acontecem a três meses das eleições presidenciais. Texto Anterior: Pequim faz ofensiva na mídia Próximo Texto: Ieltsin promete paz com rebeldes Índice |
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