São Paulo, domingo, 17 de março de 1996 |
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Mulher perde nariz e dentes
PAULO ZOCCHI
Romana passa os dias na rede, numa das casas mais pobres do povoado. No buraco escuro que substituiu seu rosto, só aplica um preparado com a erva chamada barbatimão, que é socada até se transformar num pó e misturada então com azeite de coco e sulfa. Uma foto 9 x 12 mostra que, em 1992, Romana era uma mulher forte com um rosto expressivo. "Sou uma mulher que digo logo o que quero", afirmou. Como seu aparelho fonético está praticamente destruído, ela precisa repetir diversas vezes a frase até ser compreendida. Quem mais entende o que diz é a filha Telma, 20, também albina. Ela aparenta pelo menos o dobro da idade. Desde criança, faz sob o sol o trabalho feminino -produzir carvão, pegar água e ajudar na pesca. O sol envelheceu sua pele, criando rugas e partes grossas. (PZ) Texto Anterior: Ilha 'perdida' tem alto índice de albinos Próximo Texto: Casal têm três filhos com a anomalia Índice |
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