São Paulo, domingo, 17 de março de 1996 |
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Vereador quer pôr sirene nos táxis de SP
MAURICIO STYCER
O dono da idéia é o vereador Antonio de Paiva Monteiro Filho (PL-SP), mais conhecido no meio político como Toninho Paiva. A inspiração para o projeto foi dada por uma tragédia que o vereador testemunhou há dois anos. "Um taxista fez uma volta proibida na avenida Celso Garcia para entrar no Hospital do Tatuapé e bateu num outro carro. Ele estava levando um passageiro com trasmatismo (sic) craniano, que morreu no hospital. Se tivesse a sirene, não teria batido", conta. Toninho Paiva sabe que, se aprovado o projeto, a sirene poderá ter o seu uso desvirtuado por taxistas. Por isso, o texto que apresentou prevê advertência, multa e até cassação do alvará do taxista que, por exemplo, ligar a sirene para levar um passageiro ao aeroporto. "Não precisamos de mais um barulho na cidade. O nível de ruído hoje em São Paulo já está alto o suficiente", protesta o arquiteto Juan Antonio Perez, do laboratório de acústica do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Perez dá um exemplo da barulheira atual na cidade. "Na avenida Paulista, às 18h, o nível de ruído chega a 82 decibéis. Se passa uma ambulância com a sirene ligada, o barulho chega a 100 decibéis, o que é quase como se você estivesse ao lado de uma britadeira", diz. O projeto de Toninho Paiva também desagrada um especialista da área policial, o deputado estadual Conte Lopes (PPB-SP). "Se já há policiais que abusam e utilizam a sirene para avançar sinal, dirigir perigosamente, a sirene num táxi vai confundir, e muito, os motoristas. A gente sabe muito bem que vai haver muito abuso", diz. Em seu primeiro mandato na Câmara, Toninho Paiva vem colecionando polêmicas e provocando risadas entre seus pares. O mais famoso projeto de sua autoria a ter virado lei foi aquele que transformou o dia 1º de setembro no Dia do Corinthians. Também é responsável pela inclusão do judô no currículo nas aulas de educação física nas escolas municipais. Além da sirene em táxis, Paiva hoje se dedica à aprovação do projeto que autoriza o fechamento dos velórios municipais entre 0h e 6h. Eleito com 14.685 votos, colhidos especialmente na zona leste, Toninho Paiva espera dobrar a votação este ano. Vaidoso, não esconde que tinge os fios brancos do bigode. "É uma das minhas armas", diz. Texto Anterior: Guru 'light' seduz classe média paulistana Próximo Texto: Maluf suspende novos alvarás Índice |
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