São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Calor é maior receio dos pilotos

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE; MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

e MÁRIO MAGALHÃES
Piloto mal preparado fisicamente corre grandes riscos hoje na Rio 400 por causa do calor.
A previsão foi feita por vários corredores brasileiros, teoricamente mais acostumados a temperaturas elevadas do que a maioria de norte-americanos e europeus.
"As condições serão críticas", disse Maurício Gugelmin. "Vai ser uma prova de resistência."
Raul Boesel é mais pessimista. "Será uma verdadeira maratona. Por isso, muitos pilotos vão passar mal e abandonar."
A largada da corrida está prevista para as 13h.
Na quinta-feira, às 14h45, a temperatura no autódromo de Jacarepaguá era de 32,5ø Celsius. No asfalto da pista, chegava a 61,5ø.
Os carros que completarem a prova vão percorrer 400 km, num total de 133 voltas.
A desidratação é uma ameaça constante aos pilotos. André Ribeiro tomará durante toda a manhã um composto líquido com vitaminas, sais minerais e carboidratos.
Seu objetivo é reduzir ao máximo a queda de peso que ocorre com a perda de água pelo organismo durante as provas.
Raul Boesel prevê que seu peso cairá 3 kg. "Estou ingerindo muito líquido. Como a minha alimentação é saudável, não vou precisar mudá-la."
Mau condicionamento físico já derrotou muitos pilotos.
Em 1991, Roberto Moreno passou mal durante o GP de Magny-Cours de F-1 e abandonou. Hoje ele participará da Rio 400.
No mesmo autódromo de Jacarepaguá, local da prova de hoje, Nelson Piquet desmaiou no pódio de um GP Brasil de Fórmula 1.
Na Indy, os pilotos podem beber líquido numa garrafinha no carro e também ao parar no box.
O calor no circuito é especialmente forte porque ele fica em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio, a mais quente da cidade.
"Estou perdendo muito líquido nas corridas", disse o vice-líder do campeonato da Indy, o brasileiro Gil de Ferran.
"A desidratação será um dos fatores para decidir. Por isso, estou bebendo muito líquido."
O Brasil tem oito pilotos na Indy. O mais velho, Emerson Fittipaldi, 49, é o único que se diz absolutamente seguro em relação aos problemas provocados pelo calor.
"O calor é forte, mas tudo bem." Emerson faz do seu preparo físico um instrumento para faturar em publicidade.
Ontem, o piloto participou do pré-lançamento de um produto energético que ele afirma usar, o Power by Nature.
O calor não afeta somente os pilotos -causa dificuldades para o motor e os pneus. Quanto mais borracha há na pista, mais o pneu adere e se desgasta.
O esforço dos pilotos cresce no Rio devido às ondulações da pista.

NA TV - SBT e ESPN International, ao vivo, às 13h

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