São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Khomeini condenou Rushdie

DA REDAÇÃO

Logo em seguida à publicação de "Os Versos Satânicos", na Inglaterra, em 1989, o então dirigente do Irã, o aiatolá Khomeini, lançou a "fatwa" (condenação à morte) contra Salman Rushdie.
O argumento era de que o livro era blasfemo porque insinuava que o profeta islâmico Maomé não foi tão casto nem tão santo quanto diz o Alcorão, o livro sagrado do Islã.
Volumes de "Os Versos Satânicos" foram queimados em manifestações públicas em vários países islâmicos. Khomeini ofereceu a quantia de 2 milhões de libras como recompensa para quem matasse ou capturasse Rushdie.
O escritor passou a viver sob a proteção de agentes de elite da polícia britânica, em local mantido em segredo.
Em vários países os editores e tradutores da obra receberam ameaças. O tradutor japonês foi morto e o tradutor italiano e o editor norueguês foram esfaqueados.
Após sete anos, Rushdie ainda vive sob proteção policial e suas aparições públicas são rápidas e controladas.
O escritor admitiu que seu livro era pura ficção para abrandar a ira dos islâmicos, houve pressões internacionais sobre o Irã, mas ainda hoje vigora a "fatwa".

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