São Paulo, segunda-feira, 18 de março de 1996
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PPB ainda se divide sobre CPI dos bancos

Grupo teme ser utilizado por Sarney

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Há uma divisão no PPB sobre a indicação de um representante para a CPI dos bancos.
O grupo que defende a indicação tem dois argumentos.
Primeiro, o ético, diz achar que a investigação do sistema financeiro só será completa com o monitoramento do Congresso.
O segundo é o político. Os pepebistas favoráveis à CPI acham que o governo Fernando Henrique trata mal. O líder dessa facção é Paulo Maluf, prefeito de São Paulo.
A parte do PPB que é contra a indicação também tem dois argumentos principais.
Acham, primeiro, que chegou a hora de aproximarem-se mais do governo com o vácuo que seria deixado pelo PMDB de José Sarney.
A segunda razão é estratégica. O PPB, dizem, não quer servir de instrumento para Sarney.
Para que a CPI dos bancos seja instalada é necessário que os partidos com representação no Senado indiquem os seus participantes.
Há controvérsia sobre se são necessários os 13 integrantes da CPI para que ela seja instalada (versão do governo) ou se bastariam sete senadores (a maioria) para que a comissão começasse a funcionar (versão de Sarney).
Como o PT e o PDT indicam um representante cada e o PMDB outros quatro, o PPB completaria com o sétimo membro.
"O que Sarney quer é que todos, o PT, PDT e o PPB, indiquem seus representantes para que ele fique com suas quatro indicações penduradas e possa fazer o governo de refém", disse o governador de Tocantins, Siqueira Campos (PPB), em Tóquio, na sexta-feira, pouco antes de embarcar para o Brasil.
Campos esteve em Tóquio acompanhando a visita de FHC na sem ana passada. Recebeu vários empréstimos para seu Estado e voltou muito agradecido ao governo.
Campos garante, por exemplo, que o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) é contra a instalação da CPI, apesar de ter assinado requerimento nesse sentido.
Campos diz não ser contra a CPI.

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