São Paulo, segunda-feira, 18 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Compra pelo telefone traz problemas

DANIELA FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Adquirir produtos por telefone anunciados em catálogos, jornais ou pela TV requer muito cuidado da parte do consumidor. Várias dessas empresas de telemarketing venderam mercadorias que jamais foram entregues.
"O comprador fornece o número do cartão de crédito, é feito o débito em sua conta e ele não recebe o produto", afirma Rosana Nelsen, supervisora da área de produtos do Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor). Ela diz ainda que o consumidor, nesse tipo de compra, fica bastante vulnerável.
A empresa alega geralmente problemas na alfândega e, enquanto isso, o consumidor, que já pagou, fica esperando pela mercadoria.
"Quando não há um contato direto com a empresa, a pessoa deve negociar o pagamento apenas na entrega do produto e evitar fornecer o número do cartão de crédito", diz Rosana.
O Procon alerta os consumidores contra as empresas USA Direto Comercial Ltda., USA Import Shopping e All Catalog's Representações Ltda.
O órgão recebeu mais de uma centena de reclamações contra essas companhias no período de janeiro de 95 a janeiro de 96.
Como as empresas não atendem as solicitações para prestar esclarecimentos, o Procon encaminhou as queixas ao Departamento de Polícia do Consumidor (Decon).
Há ainda uma empresa acusada de lesar milhares de pessoas. A Florida International Express deixou cerca de 6.000 compradores sem receber as mercadorias, afirma o delegado Guilherme Santana, titular da divisão de economia popular do Decon. O dono da empresa se encontra atualmente em Miami.
Em alguns casos, mesmo ir pessoalmente ao local, evitando a compra por telefone, não impede que o consumidor seja logrado.
O engenheiro Sérgio Antônio Abunahman, 52, foi até o show-room da Florida adquirir dois aparelhos de som no valor de US$ 800, que nunca foram entregues. "Mandei uma carta há quase um ano para a empresa em Miami (EUA) que a Florida representava. Eles disseram que logo que tivessem um novo representante iriam resolver todas as pendências", afirma Abunahman. Ele diz que agora só paga as mercadorias no momento da entrega.
Vara de pesca
O metroviário Geraldo Antônio dos Reis, 30, comprou na Viptel Import e Export Ltda. uma vara de pesca anunciada em uma revista e também não recebeu o produto. "Telefonei e fui pagar pessoalmente para confirmar.Eles sempre tinham uma desculpa. Esperei seis meses e procurei o Procon."
A Viptel tem várias denúncias no Decon. De acordo com a polícia, a empresa solicitava o pagamento integral do produto; caso contrário, dizia que não poderia efetuar o pedido.

Texto Anterior: Conselho Municipal tem novos poderes
Próximo Texto: Consulte o Decon para saber se há reclamações
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.