São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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Ministro ataca os críticos da privatização

DE NOVA YORK

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, disse ontem, em Nova York, que as críticas ao programa de privatização do setor são "besteira de acadêmicos". Para ele, FHC será reeleito e garantirá a continuidade do programa.
"Há risco de que a privatização da Telebrás, que será a última etapa do programa, fique para o próximo governo. Mas não me preocupo com isso. Sou um batalhador da reeleição de FHC e tenho fé que o presidente continuará no comando do país depois de 1998."
Mesmo que a emenda que permite a reeleição não seja aprovada, Motta disse que tem certeza de que a privatização das telecomunicações não corre risco de retrocesso.
Cronograma
"Se o cronograma for cumprido -e acredito nisso-, em 98 já estaremos com quase tudo nas mãos do setor privado, inviabilizando qualquer volta ao passado."
Argumentou que "em qualquer país do mundo o setor mais complicado de privatizar é o de comunicações. Na Inglaterra e na Austrália, demorou dez anos. Nós vamos fazer em quatro, no máximo cinco. Os críticos são acadêmicos que estão longe da realidade."
Comparação impossível Respondendo à pergunta de repórteres, que argumentaram que o presidente também é um acadêmico, Motta afirmou que ele era, mas não é mais. "O presidente concorda comigo, tanto que trocou a academia pela política", disse.
Para o ministro, é impossível comparar privatizações: "Privatizar serviços é muito mais complicado. É muito fácil privatizar a CSN. Querer exigir a mesma agilidade da Telebrás é delírio."
Motta foi aos EUA para conversar com empresários do setor de telefonia.

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