São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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Homicídios caem 16% na Grande SP

DA REPORTAGEM LOCAL; COLABOROU O NP

O número de homicídios na Grande São Paulo caiu 16,9% no último final de semana, em comparação com o anterior.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, das 20h de sexta às 8h de ontem houve 49 mortes intencionalmente provocadas. Na semana anterior, foram registrados 59 desses casos no período.
A marca desta semana foi a mais baixa desde que a secretaria começou a centralizar os dados de sábados e domingos, a pedido da Folha, no final de fevereiro.
No fim-de-semana do último dia 25, foram registrados 54 homicídios. No seguinte, houve o mesmo número de crimes.
A semana passada teve crescimento dos homicídios em 10%, fechando com 59 casos.
Na média do último fim-de-semana, uma pessoa morreu a cada 73 minutos. Na semana anterior, esse índice foi de uma morte a cada 60 minutos.
Em fevereiro, mês que teve o recorde diário de homicídios, com 24,1 casos por dia, a média também apontava para uma morte a cada 60 minutos.
Os últimos quatro fins-de-semana somados tiveram 216 mortes intencionalmente provocadas.
Aumentos localizados
Apesar da queda global, os distritos das delegacias seccionais centro e sul tiveram ligeiro aumento no número de casos no último fim-de-semana.
As duas cobrem regiões da Grande São Paulo consideradas menos violentas.
Na centro, houve 4 homicídios, contra os 3 registrados na semana anterior. Na seccional sul, o aumento foi de 6 para 7 casos.
Entre as seccionais que atuam nas áreas mais violentas, Itaquera registrou o maior número de casos (12). Santo Amaro teve nove homicídios, mesma marca da semana anterior.
O recorde atingido por uma seccional isoladamente em todo o período foi registrado na de Santo Amaro, que no fim-de-semana do dia 25 de fevereiro teve 16 casos.
Mudança na curva
O número de homicídios vem crescendo ano a ano na Grande São Paulo, desde 92. Naquele ano, as mortes foram 4.908. No ano seguinte, subiram para 5.828.
Em 94, houve 6.697 casos e, no ano passado, 7.358. Os números dos dois primeiros meses de 96 apontam para um índice anual de 8.382 homicídios.
Apesar de constante, o número de homicídios na Grande São Paulo vinha crescendo a velocidade cada vez menor.
Mantida a média dos primeiros meses do ano, 96 deve fechar com aumento de 13,9%, revertendo a tendência de crescimento menor.
Motivos banais
Uma das preocupações da Secretaria da Segurança Pública é o aumento do número de homicídios por motivos banais, calculado em 30% de 94 para 95.
Na madrugada de ontem, por exemplo, o balconista Raimundo Ferreira da Silva, 30, matou com cinco facadas Abedenigo Bernardo de Freitas, 26, em uma lanchonete da avenida Duque de Caxias.
Freitas havia passado a mão no queixo de Silva, que reclamou e começou a esfaqueá-lo quando o balconista fez um movimento para tirar algo do bolso.
O assassino correu para o largo do Arouche e foi preso pela polícia.

Colaborou o NP

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