São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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Menores ficam sob proteção em Minas

Eles são testemunhas de crime

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os meninos de rua R.P.S., 15, e J.C.R.N., 13, estão sob a proteção do Juizado da Infância e Adolescência de Minas Gerais e mantidos em local não revelado.
Eles são testemunhas na investigação da chacina ocorrida na última sexta, na estrada que liga Belo Horizonte a Nova Lima (região metropolitana), em que três meninos de rua foram mortos.
R.P.S. e J.C.R.N. estavam com um dos meninos quando ele foi apanhado no centro de Belo Horizonte por dois homens em um Gol. Eles prestaram depoimento aos promotores e ajudam o Ministério Público nas investigações do caso.
O juiz da infância e da Adolescência, Tarcísio José Martins, disse que os meninos ficarão sob proteção do Juizado e da Secretaria de Estado da Criança e Adolescência enquanto for preciso.
A morte de Jamil Martins Romão, 15, Júnior Sandro Marques Leão, 16, e Gilmar Ferreira de França, 14, foi assumida em carta e telefonema por um suposto "Grupo Reação", que seria formado por integrantes da Polícia Civil. Eles alegam que mataram os menores para reivindicar aumento salarial.
Pelo menos mais duas pessoas viram os meninos sendo levados no Gol. M.F.F., 24, e o seu namorado, C.G.S., 27, estavam na sacada de um hotel próximo da rodoviária de Belo Horizonte quando dois meninos foram levados. M. é irmã de Gilmar, uma das vítimas.
A informação de que testemunhas ouvidas pela polícia teriam visto um carro da Polícia Civil dando cobertura ao Gol que pegou os garotos não foi confirmada pelo delegado Otto T. Filho, que conduz as investigações, nem pelo Ministério Público.
O procurador-geral de Justiça de Minas, Epaminondas Fulgêncio, acertou ontem a participação do promotor Wagner Vartuli para acompanhar a investigação.

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