São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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SP homenageia prefeito que 'adiou o caos'

DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo comemora hoje o centenário de nascimento do ex-prefeito Francisco Prestes Maia, considerado o "pai da atual estrutura urbana da cidade".
Maia construiu, entre 1938 e 1945, as avenidas Ipiranga, Rio Branco, Maria Paula, São Luís e 9 de Julho. Retificou o curso do Tietê. Ergueu o Estádio do Pacaembu e a Biblioteca Municipal.
Entre os estudiosos da história da cidade, Prestes Maia é tido como o realizador ou mentor das principais intervenções urbanas.
"Se não fosse o Prestes Maia, teríamos enfrentado há 20 anos o caos que existe hoje", afirma o arquiteto Alberto Botti.
"Prestes Maia é fundamental. Sua concepção viária não é só funcional, é também estética", afirma a arquiteta Raquel Rolnik, professora da PUC de Campinas.
O ex-prefeito nasceu em Amparo, interior de São Paulo. Foi alfabetizado pela mãe, Carolina Pupo Prestes. Mudou-se para São Paulo, onde estudou no Colégio São Bento. Ingressou na Escola Politécnica em 1911, formando-se engenheiro-arquiteto em 1917.
Em 1930, ele elaborou para a prefeitura um projeto chamado "Plano de Avenidas". A idéia era reestruturar todo o centro da cidade.
Em 1938, durante o Estado Novo, Getúlio Vargas o nomeou prefeito de São Paulo. "Ele teve a chance de fazer aquilo que havia proposto. Prestes Maia transformou São Paulo em um verdadeiro laboratório", afirma o ex-deputado Israel Dias Novaes, que coordenou a campanha de Maia em sua volta à prefeitura, em 1961. Maia morreu de câncer em 26 de abril de 1965, 18 dias depois de deixar a prefeitura.
Segundo Novaes, São Paulo tinha 1,2 milhão de habitantes em 1938 e apenas 30 mil automóveis.
Alfredo Savelli, presidente do Instituto de Engenharia, acha que a transformação da "cidade dos barões do café" em metrópole deu-se no período Prestes Maia.
"Ele anteviu que a cidade teria uma explosão", sustenta Savelli.
Para o secretário da Habitação, Lair Krahenbuhl, Prestes Maia pensava a cidade como um todo.

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