São Paulo, terça-feira, 19 de março de 1996
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Ficção científica domina com Crichton e Fleischer

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Por duas vezes, a ficção científica chama a atenção. Ela é que, na verdade, orienta o dia.
À noite, há "Runaway - Fora de Controle" (CNT/Gazeta, 21h45). Michael Crichton, seu realizador, talvez seja um nome definitivamente perdido para o cinema.
Ou para a direção de cinema, já que seus romances são um excelente ponto de partida para qualquer filme (exemplo mais notório: "Parque dos Dinossauros").
Mesmo não sendo tão empolgante quanto "Westworld - Onde Ninguém Tem Alma" (1973), "Runaway" merece uma chance.
Aqui, Crichton ambienta a história num tempo em que os robôs fazem tudo no lugar dos homens. Já há aí uma monstruosidade implícita (seria tão implausível assim?).
Mas, como em outros trabalhos seus, algo sai fora de controle e alguns robôs passam a agir fora do padrão esperado.
A rigor, Crichton reflete sobre uma ciência que leva o homem se transformar em criador de seres -em um falso Deus que altera a própria natureza das coisas. Nesse sentido, Crichton lembra um David Cronenberg "light".
À tarde, "Viagem Fantástica" (Record, 14h15), de Richard Fleischer, é a grande atração. A história (retomada por Joe Dante em "Viagem Insólita") fala da luta para salvar a vida de um cientista. Ele tem injetado em seu corpo um grupo de tripulantes miniaturizados.
Além de dirigido com classe, o filme lança um olhar positivo à ciência. E também plausível. Porque hoje já é possível realizar uma série de operações no corpo humano. Não se miniaturizam seres, mas câmeras. Não vão as pessoas inteiras para o interior de outros corpos. Mas seus olhos vão.
(IA)

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