São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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Beco sem saída; Questão de tempo; A cor do dinheiro; Criou raízes; Salvando as aparências; Dando as caras; Direitos da criança; Vale tudo; Chega de intermediário; Engana povo; Preço alto; O cara-pintada; Exterminador do futuro; Fim do mistério; Visita à Folha

Beco sem saída
O Planalto avalia não ter outro jeito: ou vota a reforma da Previdência na quinta ou a convenção do PMDB bombardeia o relatório de Temer. FHC sabe que, se perder de novo na Câmara, pára o processo de reformas. O governo vai para o tudo ou nada.

Questão de tempo
As promessas do Planalto ao PPB ainda não surtiram efeito. Demoraram demais. Odelmo Leão, líder do partido, agora quer fazer o governo esperar, talvez até segunda, para dar apoio à Previdência. Pode ser tarde.

A cor do dinheiro
A pasta de Dorothea Werneck ainda é a moeda de negociação entre governo e PPB. E Dornelles ainda é o homem. Mas o Planalto avalia se o pagamento, com a Indústria e Comércio, não seria alto demais. Serra acha que sim.

Criou raízes
Andrade Vieira (Agricultura) grudou na cadeira e diz para todos que quer ficar longe das eleições municipais em Curitiba. A vaga do ministro é a segunda possibilidade do Planalto para o ministério prometido ao PPB.

Salvando as aparências
Está tudo acertado, mas o ministério reivindicado pelo PPB só não sai agora para não pegar mal. Como diz Esperidião Amin, "seria uma mancha para FHC e um desastre para o partido".

Dando as caras
O ex-governador Luiz Antonio Fleury FIlho quer se manifestar no Senado sobre o acordo do Banespa. Enviou o pedido a Gilberto Miranda, presidente da Comissão de Economia, que já aceitou. Covas não vai gostar.

Direitos da criança
A Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança faz hoje protesto no Congresso e em frente ao Planalto contra o socorro aos usineiros. Serão distribuídos adesivos com a inscrição "Vergonha nacional, Proálcool financia trabalho infantil".

Vale tudo
Um senador antevê as cenas dos próximos capítulos. Depois de prever ameaça de autoritarismo se o Real fracassar, o ministro Sérgio Motta deve repetir o mesmo argumento para tentar aprovar a reeleição de FHC.

Chega de intermediário
O embaixador americano, Melvyn Levitsky e o chefe da representação de Comércio Exterior, Michael Kantor, procuraram ontem Sarney. Foram pedir ao presidente do Senado para apressar a votação do Sivam.

Engana povo
O teatro está montado. Ato 1: instala-se a CPI dos bancos. Ato 2: parecer da Comissão de Constituição diz que ela não pode funcionar por não investigar fato determinado. Último ato: o plenário do Senado vota sua extinção.

Preço alto
No teatro da CPI, perdem FHC, por arcar com o ônus de deixar uma suspeita no ar, e Sarney, por criar confusão apenas por vingança pessoal. Marco Maciel ganha. Foi o autor principal da peça e o articulador do governo.

O cara-pintada
PC é o mais novo defensor de CPIs. "Se o governo FHC não tem nenhum rabo preso, por que não deixa a CPI dos bancos se instalar como fez o Collor?"

Exterminador do futuro
Se FHC quiser, pode usar a experiência de seu aliado Jorge Bornhausen. Ministro de Collor, em 92, Bornhausen tentou barrar a CPI do Collorgate: "Ela não vai levar a lugar nenhum. As CPIs nunca deram em nada".

Fim do mistério
Em 26 de abril vence a primeira parcela da Operação Uruguai. Pode ser o fim do mistério. Basta aparecer alguém para pagar os US$ 5 milhões do empréstimo que Collor diz ter feito.

Visita à Folha
A diretora executiva do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e subsecretária-geral da ONU, Elizabeth Dowdeswell, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Arsenio Rodriguez, diretor do Pnuma para a América Latina e Caribe; de Roberto Messias Franco, diretor-adjunto do Pnuma para a América Latina e Caribe; de Fábio Feldmann, secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e de Alfred Szwarc, diretor da Cetesb.

TIROTEIO
De Lula, sobre afirmação do ministro Sérgio Motta vendo ameaça autoritária ao Brasil:
- O Sérgio Motta está sentindo cheiro de autoritarismo porque vive muito próximo do Fernando Henrique Cardoso.

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