São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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PMDB vai optar entre Leiva e Goldman

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Acordo articulado pelo ex-governador paulista Orestes Quércia fez com que a disputa pela indicação do PMDB à Prefeitura de São Paulo fosse reduzida de cinco para dois concorrentes.
Agora estão no páreo o ex-deputado estadual João Leiva e o deputado federal Alberto Goldman. Leiva passa a ser o candidato de Quércia. A prévia do PMDB está marcada para o dia 31 de março.
Graças ao acordo, retiraram suas pré-candidaturas os deputados federais José Aristodemo Pinotti e Carlos Apolinário, além da deputada estadual Rosmary Corrêa.
Esses três ex-pré-candidatos passam a apoiar o nome de Leiva para concorrer nas eleições de outubro.
A prévia no PMDB paulistano virou uma disputa entre os grupos pró e contra Fernando Henrique Cardoso. Leiva e os desistentes, ao contrário de Goldman, são favoráveis ao afastamento do governo.
O acordo foi feito anteontem à noite, no escritório de Quércia, em São Paulo. O ex-governador não quis participar da reunião. Não queria manifestar apoio a nenhum dos candidatos. Mas defendia o acordo entre eles.
O objetivo de Quércia é isolar a pré-candidatura de Goldman. O deputado integrava o grupo quercista no PMDB paulista. Mas sua aproximação com o governo FHC o afastou de Quércia.
Com o acordo, dificilmente Goldman terá chances de vitória na prévia peemedebista. O ex-governador disse ontem que sugeriu a Leiva tentar um acordo também com seu adversário.
"Seria muito positivo para o partido", afirmou. Não há a menor possibilidade de Quércia apoiar Goldman. "Ele (Goldman) está se ligando muito ao governo federal."
O deputado federal discorda. "Não sou eu que estou ligado ao governo. É o partido", disse. "Não faço nada mais do que cumprir as determinações partidárias. Se o partido se afastar do governo, eu também me afasto", declarou.
Goldman critica o acordo que beneficiou a pré-candidatura de Leiva. "Já passei para o segundo turno", disse. Antes, o PMDB havia decidido fazer segundo turno entre os dois candidatos mais votados na prévia partidária.
"Eles esqueceram de consultar o eleitorado sobre este acordo", afirmou. Segundo o deputado, Quércia havia prometido não interferir na prévia do PMDB. "Espero que isso ocorra", disse.
O colégio para a escolha do candidato a prefeito pelo PMDB paulistano é formado por cerca de 2.000 eleitores. Eles fazem parte da diretorias e suplências dos 40 diretórios zonais do PMDB na capital paulista.

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