São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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Petrobrás sofre problemas de caixa por indefinição do BC

Estatal pretendia obter US$ 500 milhões com bônus

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobrás está com um atraso de pelo menos dois meses no lançamento de bônus (papéis para captação de dinheiro) no mercado internacional por falta de autorização do Banco Central.
A empresa pretendia captar US$ 300 milhões no mercado de eurodólares em janeiro e mais US$ 200 milhões no mercado japonês em maio, mas até agora não recebeu autorização do BC nem para a primeira operação.
O dinheiro é destinado, principalmente, à rolagem de US$ 400 milhões em outros bônus que estão vencendo este ano. Segundo a Folha apurou, a estatal está vivendo um aperto de caixa por conta da indefinição do BC.
A direção da Petrobrás está evitando falar do assunto para não criar atrito com o BC.
Em janeiro, o diretor-financeiro da empresa, Orlando Galvão, havia dito que todo o esquema para a captação da primeira parcela já estava pronto, faltando apenas a autorização do BC.
Após a autorização, a estatal ainda precisa fazer uma licitação para a escolha do banco que fará a coordenação do lançamento.
Galvão espera que neste ano os prazos dos bônus possam ser mais longos, chegando até a oito anos.
Segundo informações do mercado, o BC estaria retendo os bônus da Petrobrás por duas razões: segurar a entrada de dólares no país, muito elevada nos dois primeiros meses do ano, e evitar a concorrência das empresas estatais com os bônus do Tesouro Nacional, como os recém-lançados no Japão.
A Folha tentou obter informação oficial do BC sobre a demora na liberação, mas até as 19h de ontem não obteve resposta.

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