São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A hora da compra

THALES DE MENEZES

A pergunta mais escutada pelos jornalistas de tênis é uma só: que raquete devo comprar? A resposta é uma só: sei lá.
É natural que pessoas procurem dicas de especialistas, mas as indústrias chegaram a uma sofisticação que deixa a escolha restrita a simples gosto pessoal.
Quando o tênis só era jogado com raquetes de madeira, algumas marcas conseguiram sucesso por sua qualidade, como a Wilson e a clássica Dunlop.
Nos anos 70, outros materiais passaram a fazer parte do rol de matérias-primas das raquetes.
Surgiu então a era das raquetes de metal (com partes de aço e alumínio), com total predomínio da Wilson T2000.
Aí a coisa degringolou para um monte de materiais esquisitos. Vieram as raquetes japonesas de fibra de vidro.
Elas tinham nome de motocicleta (Yamaha, Kawasaki) e vibravam bastante, estourando o braço de muito tenista.
E a Head que o Arthur Ashe usava, então? Aquela foi um grande enigma para muitos.
Era muito leve, feita de boro (ninguém sabia que diabo era isso), e dava a impressão de que iria quebrar a cada golpe acertado na bolinha.
Em tempo: boro é um elemento químico de número atômico 5, não metálico, aparentemente amorfo e pouco reativo.
E o fiasco da Head Vilas, claro. Para muitos, a raquete mais bonita de sua época. Misturava lâminas de madeira e grafite, para ser o modelo mais moderno desenvolvido nos anos 70.
Mas, na prática, ficou horrível. Até o Vilas desistiu dela.
Nos anos 80 imperaram as raquetes de cerâmica ou fibra de vidro, estas bem mais desenvolvidas do que os modelos japoneses de 10 anos antes.
Nos últimos tempos, todas as fábricas optaram pela mistura de fibras. Os modelos estão igualmente leves e resistentes.
Com isso, a dica de qualquer especialista é: compre aquela que achar bonita. Ou então o modelo de seu ídolo.

Texto Anterior: Portuguesa tem nas mãos o fogo da vida
Próximo Texto: Seles contundida; Muita badalação; Os chefes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.