São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996 |
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China exige que EUA deixem região
JAIME SPITZCOVSKY
A presença norte-americana também significa apoio a Taiwan, que enfrenta pressão chinesa. Para tentar resolver a tensão entre os países, os representantes máximos de suas diplomacias marcaram encontro para 21 de abril em Haia (Holanda). O secretário de Estado Warren Christopher (EUA) e o chanceler Qian Qichen (pronuncia-se Tchian Tchitchen) devem falar sobre o futuro de Taiwan. As manobras militares chinesas, realizadas no estreito de Taiwan, ganharam intensidade e buscam forçar a reunificação entre China e Taiwan. "Taiwan é uma parte da China e não um protetorado dos EUA", declarou Shen Guofang, porta-voz do governo da China. A guerra civil chinesa terminou em 1949 com os comunistas vitoriosos e controlando a China continental. Os nacionalistas se refugiaram em Taiwan. Reunificação Os dois adversários prometem lutar pela reunificação. Mas Taiwan, com o sucesso do capitalismo, busca aumentar a presença no mundo, rompendo o isolamento diplomático imposto por Pequim. A China avalia que essa estratégia de Taiwan busca levar a ilha à independência. O governo comunista promete invadir Taiwan caso a ilha declare independência. Desde 8 de março, a China realiza manobras militares. O país busca influenciar a eleição de sábado, quando Taiwan vai escolher um presidente em votação direta pela primeira vez em sua história. O favorito é o atual presidente Lee Teng-hui. A China o acusa de afastar Taiwan da reunificação. Interferência Os Estados Unidos enviam a Taiwan sua maior mobilização de navios na Ásia desde o fim da Guerra do Vietnã, em 1975. A China teme que os EUA enviem um porta-aviões para o estreito de Taiwan, palco de seus exercícios militares. Washington diz que seus navios têm o direito de navegar em águas internacionais, como no estreito de Taiwan. A Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA aprovou ontem, por 369 votos a 14, que os EUA devem ajudar a defender Taiwan se o país for atacado pela China. A media não obriga o governo Clinton a intervir. Lee Teng-hui e o candidato pró-independência Peng Min-min reforçaram esquema de segurança depois de supostas ameaças de morte maquinadas desde Pequim. As tropas de Pequim ensaiaram invasão numa ilha deserta que pertence à China. Próximo Texto: Israel admite que tem plano de deportar os radicais palestinos Índice |
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