São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
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Violada em coma dá à luz nos EUA

Mãe e filho passam bem

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma mulher americana que está em coma há mais de dez anos deu à luz um menino saudável anteontem. O bebê é resultado de um estupro na clínica em que ela estava.
A mulher, de 29 anos, foi estuprada em agosto do ano passado em Brighton, um subúrbio de Rochester, Estado de Nova York.
Ninguém foi detido ou acusado pelo estupro. Existe apenas um suspeito, um ex-funcionário da clínica que assumiu ter abusado sexualmente de outra paciente.
O recém-nascido pesa cerca de 1,2 kg e nasceu nove semanas prematuro, segundo o hospital Strong Memorial, em Rochester.
Ele nasceu de parto natural às 5h (7h em Brasília) de anteontem. A mãe, cujo nome não pode ser divulgado, continua em coma.
Os trabalhos de parto duraram pouco mais de uma hora. "Após um parto rápido e inesperado, tanto a mãe quanto o filho estão bem", disse um porta-voz do hospital.
Acidente de carro
Ela está em coma desde que sofreu um acidente de carro, no dia 20 de dezembro de 1985. Na época, a americana tinha 19 anos e era caloura da Universidade Cornell, em Ithaca, Nova York.
O carro em que estava deslizou em uma pista coberta de gelo e bateu em uma árvore. Ela recebeu um golpe na cabeça e entrou em coma.
Acredita-se que seja o primeiro caso de uma mulher que tenha sido engravidada e tenha tido o filho enquanto estava em coma. Ela não tem consciência, mas abre e fecha os olhos e faz sons guturais.
O bebê está respirando sem ajuda e deve continuar no hospital por quatro a cinco semanas.
Decisão dos pais
Os pais da americana já disseram que pretendem criar o bebê. A custódia dele deve ser determinada por uma corte familiar local.
Eles tomaram a decisão de continuar com a gravidez da filha apesar do coma alegando ser católicos e contrários ao aborto. Os pais afirmaram também que tinham certeza de que a filha, se pudesse, teria decidido manter a gravidez.
No final de dezembro, quando ela estava no Centro de Cuidados com a Saúde Westfall, funcionários da clínica descobriram sua gravidez. Ela foi então transferida ao hospital de Rochester.
O ex-empregado suspeito do estupro, John Horace, 52, disse ter abusado sexualmente de uma mulher de 48 anos de idade no local.
A polícia tomou para testes o DNA (material genético) de 30 pessoas que tinham acesso à mulher. Entre os testados, está o homem que confessou o abuso sexual da outra mulher.

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