São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dole é virtual candidato republicano à Presidência

Primárias em 4 Estados podem definir adversário de Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O senador Bob Dole venceu as quatro eleições primárias de Estados da região do Meio-Oeste dos Estados Unidos realizadas ontem e assegurou matematicamente a candidatura da oposição à Presidência dos EUA.
Esta foi a terceira vez que Dole, 72, tentou obter a candidatura presidencial do Partido Republicano. Em 1980, ele a perdeu para Ronald Reagan, e em 1988, para o então vice-presidente George Bush.
Dole tem o compromisso de voto de 996 delegados à convenção nacional republicana, que se realiza em agosto em San Diego, Califórnia. Pat Buchanan, em segundo lugar, tem 106 delegados.
Delegados ainda serão escolhidos em 22 Estados, e a vantagem de Dole sobre Buchanan será muito maior do que a atual.
Bob Dole ainda deve ter os votos de 79 delegados comprometidos com candidatos que já desistiram da campanha.
Em San Antonio, Texas, o empresário Ross Perot admitiu que poderá ser o candidato presidencial do Partido da Reforma, que está organizando.
Em 1992, como candidato independente, Perot teve 19% dos votos na eleição presidencial.
Orçamento
Dole passou o dia em Washington, onde respondeu em nome da oposição à proposta de Orçamento do presidente Bill Clinton para o ano fiscal de 1997, que começa em 1º de outubro próximo.
O Orçamento de 1996 ainda não foi aprovado, e a administração federal norte-americana tem funcionado graças a medidas provisórias que o Congresso tem aprovado sucessivamente desde 1º de outubro do ano passado.
Clinton convidou Dole e outros líderes da oposição, que tem maioria no Congresso, para uma reunião hoje na Casa Branca para discutir o Orçamento.
O presidente Clinton pediu à oposição para os dois lados chegarem a um acordo sobre o Orçamento "agora".
Bob Dole disse que talvez seja uma boa idéia deixar os eleitores decidirem que Orçamento preferem em novembro.
Será o primeiro encontro entre governo e oposição sobre o Orçamento desde 9 de janeiro.
A administração parou parcialmente durante 26 dias entre novembro e janeiro passados por causa da falta de Orçamento aprovado para 1996.
A oposição se recusa a aprovar o Orçamento de 1996 enquanto não houver um acordo com o governo sobre como se chegar ao equilíbrio orçamentário antes de 2002.
O Orçamento para 1997 que Clinton apresentou ontem mantém em linhas gerais sua proposta ainda em discussão para 1996.
Veto Dole disse que pretende incluir nas discussões de amanhã novos elementos além dos apenas orçamentários, como a emenda constitucional que permitirá ao presidente vetar artigos de projetos de lei aprovados pelo Congresso.
As discordâncias essenciais entre governo e oposição dizem respeito às alocações para Previdência, saúde, educação e ambiente, áreas em que o presidente não quer fazer grandes cortes. Clinton recusa a proposta de cortar impostos.
Dole disse que, depois de 50 horas de discussão sobre Orçamento na Casa Branca, sua principal conclusão foi de que "o país precisa de outro presidente".

Texto Anterior: Computador a todos
Próximo Texto: Violada em coma dá à luz nos EUA
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.