São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996 |
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Cumprimentos; Filiados do PT; Terras da Igreja; Aleijadinho; Exportação indesejada; Aniquilamento; Depois de tudo; Crítica contestada; Exemplo Cumprimentos "Transmito meus cumprimentos pelo editorial 'Perde quem trabalha' (18/3). São claros e absolutamente corretos os argumentos favoráveis à reforma da Previdência. Os sistemas privilegiados de aposentadoria no Brasil inviabilizam a recuperação dos valores pagos a 16 milhões de aposentados. É importante que a sociedade receba todas as informações sobre o projeto da reforma para que fique claro que não há intenção de prejudicar esses aposentados. Pelo contrário. São os privilégios que precisam acabar imediatamente, e a Câmara dos Deputados certamente votará nessa direção." José Aníbal, líder do PSDB na Câmara dos Deputados (Brasília, DF) Filiados do PT "Fomos surpreendidos em 5/3 com a manchete 'PT perde 600 mil filiados em 1 ano'. A manchete apresenta um fato inexistente. O PT não perdeu 600 mil filiados. O fato realmente existente é que, dos 700 mil filiados, que o PT continua a manter, conforme pode ser comprovado junto ao TSE e junto aos arquivos de nossos diretórios, apenas 100 mil se refiliaram, vale dizer, foram consultados e tiveram seus dados atualizados. Os que não foram consultados ou abrangidos pelo processo de refiliação continuam com seus direitos assegurados e efetivamente, em grande número, seguem participando das diversas atividades partidárias. O mais estranho é que a própria reportagem apresenta o caso de uma das mais ilustres filiadas ao partido, a professora Maria Victória Benevides que, participando de diversas atividades partidárias, não teria sido instada a se refiliar. É portanto estranho que o autor da manchete tenha feito tal ilação, 'cassando' o direito de filiação dessas 600 mil pessoas. O autor da reportagem, o repórter Fernando Barros e Silva, teve, como de hábito, acesso pleno aos nossos dados e nossos dirigentes usaram de absoluta franqueza para reconhecer os limites de nossa campanha. A manchete mente e, ao mentir, causa prejuízo incalculável a uma instituição que, ao longo de 16 anos, constrói uma referência na vida política brasileira que não pode ficar à mercê de atitudes levianas como essa. É inaceitável que um jornal, com a importância que tem a Folha, permita deslize dessa proporção, induzindo a uma imagem de derrocada que efetivamente os fatos desmentem." Gilberto Carvalho, secretário nacional de Comunicação do PT (São Paulo, SP) Resposta do jornalista Fernando de Barros e Silva - O que o PT fez ao longo de 95 foi um processo de refiliação e não uma campanha por novas filiações. A proposta original de Lula era reciclar a militância e oxigenar o partido, conforme foi noticiado. Está claro que a iniciativa fracassou. A manchete do jornal expressa esse fenômeno real de esvaziamento das bases petistas. O resto é só retórica. Terras da Igreja "Pelos dados fornecidos pelo Incra em junho de 1985, as terras da Igreja, juntas, representavam só 0,05% da extensão ocupada pelos latifúndios. Outra referência expressiva: as terras da Igreja, todas juntas, representavam só 14% da extensão da maior propriedade existente no país. Tomando por outro lado, é importante saber que 1% dos proprietários rurais detêm no Brasil 43% de todas as terras agricultáveis. Como a Folha tomou a iniciativa de levantar a questão das terras da Igreja julgo que é seu dever colocar esses dados à disposição dos leitores." D. Demétrio Valentini, bispo de Jales (Jales, SP) Aleijadinho "A Ilustrada de 16/3 traz reportagem revelando que o pesquisador paulista Dalton Sala pretende provar que o Aleijadinho 'foi uma criação do regime de Getúlio Vargas para a construção da identidade nacional'. Há provas fartas relativas à vida e à obra de Antônio Francisco Lisboa, sendo parciais, equivocadas e truncadas as informações que o pesquisador forneceu ao repórter. O sr. Dalton Sala tem todo o direito de pesquisar e propor teses, mas não pode mitificar e mistificar." Angelo Oswaldo de Araújo Santos, prefeito de Ouro Preto (Ouro Preto, MG) Exportação indesejada "Estarrecido com o que pensava ser passado, não posso me omitir. Se verdades contém o artigo 'É proibido pensar' (Folha, 13/3, pág. 1-3), não seremos seres humanos se não lutarmos contra esses 'procedimentos'. Se não por solidariedade, devemos temer a exportação desse regime para países onde vivam, ou possam viver, nossos filhos, nossos netos..." Lourenço Rabello (Campo Grande, MS) Aniquilamento "Venho mais uma vez tentar 'sensibilizar' alguém para a verdadeira 'campanha de aniquilamento' do funcionalismo público civil e militar, em qualquer nível. Jogam sobre a categoria toda a responsabilidade pelos déficits, roubos, desmandos e outras mazelas do país, como se fôssemos um bando de salteadores, e a imprensa não dá uma palavra a nosso favor." Guaracy Fernandes de Oliveira (Guaratinguetá, SP) Depois de tudo "Depois de um prejuízo declarado de R$ 7 bilhões divididos entre o Econômico e o Nacional; depois de bancarmos um dos maiores prejuízos do mundo em todos os tempos; depois do singelo 'mea culpa' do Loyola, ainda assistimos 'patriotas' na imprensa e na Câmara se posicionando contra a CPI dos bancos. Até quando, Catilina..." Lauro Elorza Filho (São Vicente, SP) Crítica contestada "Não gostei da 'crítica' do ombudsman quanto aos fatos relacionados à 'Nova Folha', à era da 'cor total'. Houve ou não um erro de planejamento para o lançamento do 'novo jornal'? Não é admissível que isso aconteça, notadamente depois das propagandas que foram feitas com um tremendo destaque na parte mais nobre do jornal. Como quem não quer nada, a Folha publica a notícia de que a empresa Folha da Manhã resolveu entrar no mercado da telefonia celular. Não se trata aqui, é óbvio, de querer que a empresa se restrinja a vender jornais. O problema é que, em se tratando de um assunto tão delicado quanto o da telefonia celular, tenho medo da linha editorial que possa vir a ser tomada pelo jornal. Será que o interesse de bem informar o leitor sobreviverá ao interesse econômico no caso?" Fábio Henrique Silva Barbosa (Salvador, BA) Exemplo "Agradecimentos à funcionária Alexsandra, da TAM, e ao sr. Clóvis Bergoce, da Turnac (agência de turismo), pela boa vontade e rapidez no envio de material médico urgente para Salvador. Belo exemplo de bondade e colaboração gratuita." Mário Silveira Magalhães (São Paulo, SP) Texto Anterior: A Previdência Social é viável Índice |
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