São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Comissão aprova relatório de 1996

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Comissão Mista de Orçamento aprovou ontem o relatório do Orçamento de 96. Resta ainda o exame de 506 pedidos de destaques.
O governo tenta agora negociar na comissão a não-aprovação de mecanismo defendido pelo PMDB, PFL e PPB que inviabiliza o bloqueio de verbas pela equipe econômica.
A preocupação do Planejamento é evitar aprovação de dispositivo que obriga o governo a elaborar, após a aprovação do Orçamento, cronograma anual de liberação de cotas trimestrais de recursos.
Somente com o cumprimento desse cronograma o governo poderia continuar remanejando até 20% dos recursos de uma dotação orçamentária para outra sem a autorização do Congresso.
A assessoria do ministro do Planejamento, José Serra, o líder do governo no Congresso, deputado Germano Rigotto (PMDB-RS), e o vice-líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), foram ontem à comissão articular a derrubada do dispositivo.
"Do jeito que a realidade orçamentária está, com perda de receita num mês e ganho em outro, não dá para o governo montar um esquema rígido de liberação para todas as despesas", disse Madeira.
Na prática, o governo não quer abrir mão do bloqueio de verbas pela Secretaria do Tesouro como meio de conter o déficit público.
O PSDB apresentou destaques derrubando o esquema de liberação de verbas, enquanto PPB e PMDB querem limitar ainda mais as condições para remanejar verbas sem autorização do Congresso.
O PMDB quer votar o Orçamento ainda nesta semana, porque avalia que o governo tem interesse em retardar a apreciação do Congresso.
Com isso, a equipe econômica ficaria livre de pressões políticas para liberação de verbas antes das eleições.

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