São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Planalto supera crise com favorecimentos a aliados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou a troca de favores para abortar a CPI dos Bancos e aprovar a reforma da Previdência.
O PPB do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, e os senadores peemedebistas Jader Barbalho (PA) e Gilberto Miranda (AM) são os beneficiados pela operação.
Maluf negociou com FHC a federalização da dívida de São Paulo, no valor de R$ 3,336 bilhões. O governo federal assume a dívida do município junto aos bancos.
Os peemedebistas também foram contemplados. A Folha apurou que Barbalho e Miranda conseguiram o compromisso do governo de suspender as investigações que a Receita faz em suas contas.
Ontem à noite, a bancada do PMDB no Senado estava reunida para discutir que posição tomar. O presidente do Congresso, José Sarney, pôs seu cargo à disposição "para não constranger o partido".
Embora tenha dado curso à CPI para responder aos ataques de FHC, Sarney não tinha mais como recuar e ontem se dizia favorável à efetiva instalação da CPI.
Ontem à noite, FHC já comemorava o arquivamento da CPI. A Comissão de Constituição e Justiça aprovará parecer do relator Elcio Alvares (PFL-ES), que considera inconstitucional a CPI.
O governo também considera que tem a maioria na Câmara para votar hoje o relatório da Previdência, de Michel Temer (PMDB-SP).
O Planalto avalia que o relatório da Previdência terá o voto favorável de 338 deputados. O próprio PT acha que o governo tem 318 votos. A emenda precisa de 308 votos.
Também na Previdência houve troca de favores: a bancada de Rondônia garantiu verbas para restauração da BR-364. Enquanto tentava barrar a CPI dos Bancos no Senado, o governo anunciava um pacote para salvar o Banco do Brasil.

LEIA MAIS sobre CPI e reforma da Previdência às págs. 1-6 a 1-8 e 1-11

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