São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Para governo, nível de consumo é bom

Vendas em SP cresceram 1,49% em fevereiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica do governo federal avalia que o nível de consumo nos primeiros dois meses deste ano está em um nível aceitável.
Dados utilizados pela equipe demonstram que as vendas do comércio de São Paulo tiveram crescimento de 1,49% no mês passado em relação a janeiro.
O resultado foi influenciado principalmente pelo desempenho das vendas de bens duráveis (geladeiras e televisores, por exemplo), que subiram 2,80% em relação a janeiro, conforme dados da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Para a equipe econômica, os números não dão motivo para preocupação. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, concorda com essa avaliação. Houve um aumento no preços dos carros usados em janeiro, mas isso aconteceu porque as revendas acabaram com as promoções de veículos novos.
Apoio aos pequenos
O governo pretende agora adotar medidas para reduzir os problemas das micro e pequenas empresas e a inadimplência.
O CMN (Conselho Monetário Nacional) deve aprovar na sua próxima reunião uma linha de crédito para permitir que as micro e pequenas empresas reestruturem suas dívidas.
A proposta prevê que as empresas poderão renegociar dívidas até o valor de R$ 80 mil.
Os juros devem ficar abaixo dos praticados hoje no mercado. Provavelmente serão de 12% ao ano mais a variação da TR. O dinheiro para os empréstimos virá do compulsório que os bancos recolhem ao BC (Banco Central).
As micro e pequenas empresas estão em dificuldades porque não têm acesso a linhas de crédito externo -como as grandes empresas- e continuam sendo considerados como de risco pelos bancos.
As micro e pequenas empresas, segundo avaliação do governo, tiveram problemas devido à inadimplência que atingiu as pessoas físicas, principalmente após agosto de 1994.
No ano passado, o governo adotou medidas para reduzir esse tipo de inadimplência, mas as micro e pequenas empresas continuaram com dificuldades financeiras.
O aumento no número de devedores, desde 1994, tornou os bancos mais seletivos.
Ao permitir que os bancos reduzam do compulsório recolhido ao BC o valor dos empréstimos para micro e pequenas empresas, o governo espera estar dando um incentivo suficiente.

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