São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996 |
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Indústria brasileira vende mais aos EUA
FÁTIMA FERNANDES
Só a Wal-Mart fechou com fornecedores brasileiros a compra de mais de US$ 71 milhões em produtos para serem comercializados neste ano, especialmente nas suas 2.630 lojas espalhadas pelos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico. "O Brasil é o maior fornecedor da América do Sul", afirma Gerardo Ruiz, coordenador internacional de relações públicas da Wal-Mart. Segundo ele, as compras do Brasil vão crescer mais ainda. Há interesse especial em artigos de cama, mesa e banho, malhas, móveis para montar, sapatos, plásticos etc. A J.C. Penney, outra grande cadeia de lojas norte-americana, já é o maior cliente da Agabê, indústria de calçados masculinos instalada em Franca, interior de São Paulo. A Agabê deve embarcar neste ano para a Penney entre 450 mil e 500 mil pares de sapatos -cerca de US$ 10 milhões- ou 25% mais do que no ano passado, informa Miguel Heitor Bettarello, diretor. O contrato com a Penney, diz ele, representa 24% do volume total exportado pela empresa. "A vantagem de ter um cliente grande é que conseguimos manter uniformidade na linha de produção e, assim, ganhamos produtividade." A rede de lojas G.H. Bass, dos Estados Unidos, é o maior cliente da Sândalo, outra fabricante de calçados masculinos de Franca. Carlos Alberto Brigagão, diretor da Sândalo, diz que, a pedido da Bass, não revela números. Só conta que as exportações para a Bass estão crescendo e que é importante ter clientes "que expõem os produtos em muitos pontos-de-venda". Facas e camisetas Entre os principais fornecedores brasileiros da Wal-Mart destacam-se a Tramontina (talheres, baixelas e utensílios para cozinha) e a Hering (roupas de malha). A Tramontina deve exportar para a Wal-Mart US$ 12 milhões neste ano -20% mais do que em 95, diz Antônio Galafassi, diretor da Tramontina USA Inc., empresa do grupo que cuida da venda e distribuição dos produtos nos mercados americano, canadense e mexicano. Ele conta que as linhas de facas, talheres, panelas e ferramentas são as que fazem mais sucesso nas lojas da Wal-Mart, cliente da empresa desde 1988. "A cada ano nossa exportação para a Wal-Mart aumenta de 20% a 25%. Ela já participa com quase 10% das nossas vendas fora do Brasil", afirma. A previsão da Tramontina é exportar, em 96, US$ 120 milhões para cerca de 90 países. "Estamos em muitos locais, mas a Wal-Mart é um cliente expressivo pelo número de lojas que tem." A Hering já está para fechar contrato de exportação de US$ 4 milhões (1,2 milhão de peças) com a Wal-Mart em 96, diz Ademar Luiz Gonzaga, gerente de exportação. Ele conta que a cadeia norte-americana representa 4% das vendas externas da empresa. "A exportação só não é maior por causa da forte concorrência com os fabricantes asiáticos." Gonzaga diz que exporta uma peça de malha básica por US$ 3,30, em média, e que as indústrias do Oriente podem vender por 20% a 30% a menos, no mínimo. Texto Anterior: Taxa recua para 0,42% em São Paulo Próximo Texto: Para governo, nível de consumo é bom Índice |
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