São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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ACM tenta fazer acordo de sócios na OAS

XICO SÁ

XICO SÁ; LUIZ FRANCISCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Senador busca evitar dissolução da empreiteira baiana da qual seu genro, Cesar Mata Pires, é um dos donos

LUIZ FRANCISCO
O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) iniciou uma operação para impedir a dissolução da OAS, o que beneficia seu genro, sócio da empresa, que passa por uma crise.
Carlos Suarez, 36% da sociedade, entrou com uma ação na Justiça da Bahia, em fevereiro, para pedir a dissolução da empresa.
O motivo é a incompatibilidade com Cesar Mata Pires, também dono de 36%. Os atritos já resultaram inclusive em agressão física.
Há três anos, na sede da empresa em Salvador, funcionários testemunharam o momento em que Mata Pires jogou um cinzeiro de vidro contra Suarez.
Ainda voltado para a crise do Econômico, ACM avalia, segundo apurou a Folha junto aos seus aliados, que a novela da OAS poderia resultar em prejuízos políticos.
O senador tem uma razão até pessoal: sua filha Tereza é casada, em regime de comunhão de bens, com Mata Pires.
Os assessores de ACM informaram ontem que ele não tem dado a menor atenção a este assunto, pois não é ligado a empreiteira.
A direção da OAS comunicou que o caso depende da Justiça e por este motivo não daria nenhuma informação sobre o assunto.
Outros sócios Os outros dois sócios da empresa, Nicolau Martins (18%) e Carlos Larangeira (10%), que têm boa convivência com o senador, não colocariam obstáculos a um possível acordo para resolver a crise.
O que se discute no momento, segundo advogados e executivos da OAS escalados para tentar resolver o problema, é um acordo de divisão "amigável" da empresa.
Suarez retiraria o seu pedido da Justiça e uma equipe de auditores resolveria a questão da partilha.
A meta de Suarez é deixar a OAS e utilizar seu capital para abrir uma nova empresa, mais voltada para o mercado internacional. Este era o perfil que vinha tentando dar, sem sucesso, à empreiteira baiana.
O confronto entre Mata Pires e Suarez, segundo executivos da empresa, tem dez anos. É uma briga aparentemente óbvia: cada um quer mandar mais que o outro.

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