São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Pelé faz demagogia com lei do passe no futebol, diz Flamengo

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de relações externas do Flamengo, Michel Assef, atacou ontem a decisão do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (Indesp) de não submeter ao Congresso projeto para uma nova lei do passe de jogador de futebol.
"A lei do passe é matéria de lei ordinária", afirmou. "Só pode ser legislada pelo Congresso."
O Indesp se baseia no artigo 26 da Lei Zico, que lhe dá a prerrogativa de fixar os critérios para o pagamento dos passes.
Assef propôs uma pesquisa entre jogadores de futebol para discutir a lei do passe. "A maioria é contra."
O dirigente criticou a proposta do ministro dos Esportes, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, de flexibilizar a lei.
"Pelé está fazendo demagogia", afirmou. "Minha melhor proposta a ele é a pesquisa."
Pelé quer que os jogadores fiquem poucos anos -não mais de cinco- presos a clubes depois de se tornarem profissionais. Terminado esse prazo, o atleta poderia ir para onde quisesse.
Michel Assef disse acreditar que, se não tiverem a propriedade dos passes, os clubes deixarão de investir na formação de jogadores.
"Os clubes já estão de pires na mão. A única forma de preservar as divisões de base e a formação é eles terem o passe dos atletas."
O presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, tem uma posição intermediária.
Ele aprova a decisão de não submeter a lei do passe à discussão parlamentar. "O Congresso tem coisas mais importantes com que se preocupar", afirmou.
Montenegro rejeita, porém, o fim da lei do passe.
Ele acha que o fórum indicado para discutir o assunto é o seminário que a Confederação Brasileira de Futebol promoverá no mês que vem, com a participação de jogadores, técnicos e dirigentes.
(MM)

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