São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Ataque suicida mata militar israelense

PATRICK COCKBURN

PATRICK COCKBURN; ROBERT FISK
DO "THE INDEPENDENT" EM JERUSALÉM

Israel contra-ataca com artilharia

ROBERT FISK
O perigo de um ataque israelense ao sul do Líbano se intensificou ontem à noite, quando um terrorista suicida do Hizbollah, agindo sozinho, atacou tropas israelenses de ocupação no sul do país, matando um oficial e deixando feridos sete soldados.
O atentado -no qual o terrorista aproximou-se de um comboio israelense no povoado de Taibe e detonou explosivos presos a sua cintura- ocorreu apenas algumas horas depois de o embaixador norte-americano em Israel exortar o premiê Shimon Peres a não promover ataques no Líbano.
Segundo a imprensa israelense, o embaixador norte-americano Martin Indyk telefonou a Peres e pediu moderação, ao mesmo tempo que os EUA pediam ao presidente sírio Hafez al Assad que refreasse o Hizbollah.
A Síria teria prometido acalmar a área, ao mesmo tempo negando que controla as ações do Hizbollah.
Segundo informes vindos de Taibe ontem à noite, mas não confirmados por Israel, o general-de-divisão Amiram Levin, comandante do Exército israelense para a área norte, seria um dos feridos.
Em retaliação, morteiros, artilharia e tanques israelenses abriram fogo contra povoados libaneses ao norte da área ocupada.
Em Beirute, o Hizbollah deixou claro que o atentado foi vingança contra a cúpula antiterror realizada no Egito na semana passada, na qual Peres culpou o Irã pelos atentados do Hamas que mataram 58 civis israelenses.
Dilema
Israel enfrenta um dilema quando reage aos ataques do Hizbollah. O governo israelense gostaria de punir os guerrilheiros libaneses, mas não quer sofrer mais baixas.
Ao mesmo tempo, Shimon Peres, que enfrenta eleição geral em 29 de maio, não quer parecer fraco diante do fluxo contínuo, embora pequeno, de baixas israelenses no Líbano.

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