São Paulo, sexta-feira, 22 de março de 1996
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BC busca aval do Planalto

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A venda do Econômico para o Banco Excel, se realizada, terá o endosso do presidente Fernando Henrique Cardoso e do Conselho Monetário Nacional.
Uma questão legal permitirá contornar o desconforto político manifestado pela diretoria do Banco Central, que não queria assumir sozinha a responsabilidade pela operação.
Como o Excel terá um sócio estrangeiro, o banco suíço UBP (Union Bancaire Privée), o BC entende que o negócio precisará de aprovação formal do CMN, integrado pelos ministros José Serra, do Planejamento, Pedro Malan, da Fazenda, e pelo próprio presidente do BC, Gustavo Loyola.
Depois disso, a entrada do UBP no país precisará ser autorizada por meio de um decreto do presidente FHC. O decreto é necessário apenas para autorizar a participação do UBP, mas será encarado como um endosso do governo à operação.
A negociação técnica entre BC e Excel vinha bem. Mas a diretoria não se sentia em condições de fechar o acordo enquanto estivesse pendente a formação da CPI dos bancos.
Eliminada a CPI, o problema é menor, mas continua. O BC vai emprestar uma quantia mais do que razoável ao Excel para que este compre e reabra o Econômico. O empréstimo terá garantias, mas ainda assim é uma operação de socorro.
Por isso, a diretoria do BC busca cercar o acordo de todas as garantias. Cada detalhe técnico está sendo examinado.
No básico, o Excel quer empréstimo de R$ 400 milhões. O BC ainda está tentando menos.
Além disso, o BC vai solicitar informações sobre o UBP, nos países onde o banco atua.
Resolvida a questão técnica, resta o problema político. É nesse ponto que o interesse do BC em ter sustentação de todo o governo poderá ser atendido com a intervenção do CMN e do próprio FHC.

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