São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OMS questiona a transmissão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ontem que não há provas de uma ligação direta entre a "doença da vaca louca" e o que parece ser uma nova variante de um mal semelhante no homem, a doença de Creutzfeldt-Jakob.
Mas, segundo um porta-voz da OMS, provavelmente os dez casos relatados pelo governo britânico se devem a um contato com a doença em bovinos antes de medidas de controle terem sido adotadas no Reino Unido, em 1988 e 1989.
No homem, em ovelhas e no gado, a doença é causada por uma proteína chamada príon infeccioso, capaz de passar de célula a célula quando ela se multiplica.
A infecção pelo príon lembra uma lenta reação em cadeia. Os sintomas levam tempo para aparecer -até 21 anos. O mesmo acontece com o HIV, vírus da Aids, que fica "latente" por até oito anos.
A forma normal da proteína, chamada príon celular, é produzida por um gene e só se manifesta no cérebro. Animais doentes têm uma grande quantidade de príons infecciosos no cérebro.
O maior problema da "doença da vaca louca" se deve ao fato de não existir teste que possa detectá-la enquanto o animal está vivo.
Logo que começam os sintomas -mudança de comportamento e degeneração do cérebro, que fica como esponja-, o animal morre.
Em 94, a incidência da doença no Reino Unido foi de 0,92 por 1 milhão de pessoas. Em 95, 0,64 por 1 milhão. Os valores são compatíveis com a incidência mundial.

Texto Anterior: Brasil não é favorecido
Próximo Texto: Entenda a doença da "vaca louca"
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.