São Paulo, domingo, 24 de março de 1996 |
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Sem-carteira está na área de serviços
SUZANA BARELLI
Dados do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) mostram que o número de pessoas na área de saúde aumentou 31,5% no ano passado, em relação a 1994. Os auxiliares (de escritório, por exemplo) cresceram 25,5% e os trabalhadores na área de alimentação, 24,2%. "A tendência é o crescimento das atividades menos organizadas, como oficinas mecânicas, e dos trabalhos de limpeza e vigilância", diz Sandra Brandão, analista do Seade. As atividades com menor nível de organização são consequências diretas do desemprego. Elas englobam aqueles que, sem qualificação, não conseguem outra ocupação no mercado formal. Já as áreas de limpeza e vigilância crescem também pelo processo de terceirização das indústrias. As empresas concentram-se em suas atividades principais e passam a contratar fora esses serviços. Sandra explica o aumento do serviço de auxiliares pelo aumento de renda da população após o Real. Com mais dinheiro, diz, algumas pessoas e empresas puderam contratar mais gente. Campeão informal O setor de serviços é o campeão do mercado informal. "É justamente nos serviços onde estão as ocupações mais precárias, sem carteira assinada, com remuneração e produtividade mais baixas", diz Pedro Paulo Martone Branco, presidente do Seade. Com esse histórico, a socióloga Annez Troyano chama atenção à crescente participação do setor de serviços na atividade econômica. Em abril de 88, a indústria era responsável por 32,6% dos empregos e os serviços, por 41,6%. Em janeiro passado, a indústria empregava 23,5% e os serviços, 48,5%. (SB) Texto Anterior: Procura por cursos cresce Próximo Texto: Loja lançará carrinhos para vender salada de fruta em SP Índice |
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