São Paulo, terça-feira, 26 de março de 1996 |
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Traficante africano morre de overdose
DA REPORTAGEM LOCAL; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Um traficante de Gana, na África Ocidental, morreu de overdose em consequência de uma possível omissão de socorro da Polícia Rodoviária Federal. O caso ocorreu sexta-feira na Via Dutra, altura do município de Piraí, Estado do Rio.A morte do traficante e alfaiate Pierre Houndjo, 33, foi filmada por uma equipe da TV Rio-Sul e retransmitida pelo Jornal Nacional da Globo no sábado. As imagens mostram o traficante algemado, caído no acostamento junto a um policial. Em inglês, o traficante repetiu até morrer, "eu preciso viver, eu preciso viver". Nenhum socorro médico foi prestado na hora ao traficante. "Trata-se de um crime de omissão de socorro, principalmente em se tratando de autoridade", disse Jairo Fonseca, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de São Paulo. "Mesmo algemado, o traficante deveria ter sido imediatamente levado a um hospital pelos policiais." Segundo Fonseca, o fato de ser traficante e estrangeiro teria levado os policiais a se despreocuparem com a saúde da vítima. Houndjo transportava cocaína no estômago quando uma das cápsulas se rompeu. Ele e dois outros traficantes viajavam de São Paulo ao Rio, onde embarcariam no sábado num vôo para Moscou. Quando o passageiro começou a passar mal, o motorista parou o ônibus e aguardou a chegada da Polícia Rodoviária Federal, que tem um posto a 500 metros. A Fundação Anjos do Asfalto -que socorre acidentados ao longo da Dutra- disse que sua unidade foi acionada às 15h03. "Chegamos em 17 minutos e a vítima já estava morta", disse o médico Júlio César Figueiredo, presidente dos Anjos do Asfalto. A superintendência da Polícia Rodoviária Federal no Rio de Janeiro disse que se manifestará depois de investigar o ocorrido. Moscou Em Moscou, a polícia deteve ontem dois passageiros vindos do Rio depois que seus raios X revelaram que haviam ingerido dezenas de cápsulas de cocaína. Texto Anterior: PM mata três em tiroteio em Vigário Geral, no Rio Próximo Texto: Para juiz, é preciso evitar generalização Índice |
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