São Paulo, terça-feira, 26 de março de 1996
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Tribunal de SP teve dicas sobre Carandiru

DA REPORTAGEM LOCAL

O julgamento do "massacre do Carandiru" também recebeu a atenção do juiz Laurentino de Andrade Filocre.
Em novembro do ano passado, ele enviou correspondência ao coronel Ubirajara Almeida Gaspar, juiz do colegiado do TJM de São Paulo, indicando o "caminho" que tornaria possível enviar o processo para a Justiça comum.
O fax enumera um série de argumentações para fundamentar juridicamente a decisão.
A transferência, decidida em 13 de fevereiro, foi vista pela promotora responsável pelo caso, Stella Kuhlmann, como uma forma de retardar ainda mais a conclusão do processo. "Agora, perdemos o processo de vista", disse ela.
Segundo Gaspar, Filocre é seu amigo desde 67, quando fizeram um curso juntos, e sempre lhe manda "reflexões" sobre casos da Justiça Militar.
Gaspar afirmou que não mostrou o documento a ninguém, pois "não havia interesse processual".
"A preocupação dele (Filocre) era a pressão que a Justiça Militar estava recebendo. Ele acha que se o caso fosse para a Justiça comum, a pressão diminuiria", disse Gaspar.
A linha de raciocínio desenvolvida no fax de Filocre é quase a mesma da argumentação utilizada pelo juiz-auditor Paulo Prazak, da 1ª auditoria do TJM-SP, ao votar a favor do envio.
Para Gaspar, é apenas coincidência. Prazak disse que conhece Filocre apenas de nome. "Estou ouvindo isso pela primeira vez. Até me alegro porque não estou sozinho no que penso."

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