São Paulo, quarta-feira, 27 de março de 1996
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Censo vai orientar distribuição de verbas

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo federal definiu o dia de hoje como o Dia Nacional do Censo Escolar.
Cerca de 220 mil escolas deverão fornecer os dados. O "Dia Nacional" é mais um lance de marketing, já que as escolas têm até 15 de abril para devolver os formulários às secretarias estaduais de educação.
A maior inovação é que o governo promete entregar até setembro o relatório final do levantamento e usar os dados para definir políticas educacionais e a distribuição de recursos para a área em 1997.
É a primeira vez que os dados do censo de um ano serão usados para o planejamento do ano seguinte. Antes, os censos escolares, realizados anualmente desde a década de 70, levavam no mínimo dois anos para ser finalizados. Durante o governo Collor (1990-92), um dos censos nem sequer foi feito.
Uma série de alterações na sistemática de levantamento de dados e um novo programa de computador para compilar os dados devem tornar este censo um dos mais precisos já feitos.
"Faltava decisão política do Ministério da Educação de usar esses dados para definir suas políticas. Na medida em que isso ocorre, as informações têm que ser precisas", afirma João Batista Gomes Neto, diretor do Departamento de Estatística Educacional do MEC.
Erros grosseiros
Ontem, o tema do programa de rádio do presidente Fernando Henrique Cardoso foi o censo.
"Pelos dados que temos hoje, imagina-se que 2,3 milhões de crianças estejam longe das salas de aula. Mas nossos dados educacionais contêm erros grosseiros."
Segundo o diretor de estatística do MEC, hoje "pelo menos 50% das escolas já estarão com os formulários na mão". Ele pede que as escolas que ainda não os receberam procurem as secretarias de educação.
O censo cobrirá dados de conclusão de cursos em 95 (aprovação, repetência e evasão) e matrículas de 1996, na pré-escola, 1º e 2º graus, ensino especial e supletivos, públicos e particulares.
Estima-se que haja mais de 35 milhões de alunos -30 milhões deles no 1º grau.
Depois da divulgação de um relatório preliminar, no final de julho, os dados serão checados com levantamentos de amostragem e com dados do IBGE -que são usados para calcular o número de alunos fora da escola.
No Estado de São Paulo, a própria Secretaria da Educação imprimiu os formulários e está distribuindo via delegacias de ensino.
As inovações no censo fazem parte de uma ampla reformulação no setor de estatística do MEC.

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