São Paulo, quarta-feira, 27 de março de 1996
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Governo quer dar estímulo à poupança

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) deve examinar na reunião de amanhã uma proposta de mudança no cálculo da TR (Taxa Referencial) para estimular a aplicação na caderneta de poupança.
Se aprovada, a mudança só vai vigorar 90 dias depois. A idéia é aproximar o valor da TR da remuneração paga pelos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários).
Isso tornaria a caderneta de poupança uma aplicação mais atraente. A mudança implica ganho em todas as aplicações financeiras remuneradas pela TR.
Entretanto, a mudança vai significar um aumento nas dívidas corrigidas com base na TR. É o caso da prestação da casa própria, por exemplo.
Micro e pequenas
O governo também deve anunciar amanhã novas medidas para reduzir as dificuldades financeiras das micro e pequenas empresas.
O CMN deve aprovar a criação de uma linha de crédito com prazo de pagamento de 24 meses, remunerada pela TR e juros de 12% ao ano.
O valor máximo do empréstimo pela nova linha de crédito deverá ficar em R$ 50 mil. A medida deverá permitir que o financiamento seja concedido não só para a pessoa jurídica, mas também para a pessoa física.
A preocupação é o constante aumento no número de falências no setor. Esta será a terceira medida adotada desde dezembro do ano passado, quando o CMN autorizou os bancos a renegociar dívidas no valor de até R$ 80 mil por um prazo máximo de 12 meses.
Em fevereiro, o CMN aprovou linha de crédito de R$ 30 mil por empresário. O prazo e o custo deveriam ser livremente acertado entre os bancos e os interessados.
As duas medidas não foram suficientes para aliviar a situação do setor. Preocupados com o elevado nível de inadimplência, os bancos ficaram mais seletivos na concessão de novos empréstimos e fizeram poucos empréstimos para tais empresas -consideradas de risco.

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